Avaliação da disponibilidade de terras e do potencial bioenergético em 2050 considerando os limites da segurança alimentar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: DIAS, Tomás Andrade da Cunha lattes
Orientador(a): LORA, Electo Eduardo Silva lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Itajubá
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação: Mestrado - Engenharia de Energia
Departamento: IEM - Instituto de Engenharia Mecânica
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/handle/123456789/2509
Resumo: Este trabalho avalia a área potencial de terras agricultáveis disponíveis para produção de bioenergia em 2050 sem comprometer os limites de segurança alimentar. Estimaram-se a demanda global por terras para produção de alimentos e o potencial de produção de bioenergia na área remanescente. A novidade desta pesquisa é a avaliação qualitativa e quantitativa dos parâmetros que influenciam a disponibilidade de terras para produção de bioenergia. Diferentemente dos estudos anteriores, o trabalho considera nas projeções o desperdício de alimentos, a área de terras degradadas, além de parâmetros geralmente desconsiderados por outros autores, como a agricultura urbana e o consumo de proteínas de insetos. A demanda por alimentos da população, a oferta da produção agrícola e a disponibilidade das terras excedentes que poderiam ser aproveitadas para a produção de biocombustíveis são as bases para o cálculo do potencial de produção de bioenergia. As projeções foram realizadas para 3 diferentes cenários: como de costume (C1), o melhor dos cenários realistas (C2) e a situação teórica (C3). As projeções desconsideram as influências econômicas e mercadológicas que regem a distribuição e o uso das terras. Algumas atividades humanas como consumo excessívo e desperdício podem resultar na redução da área disponível de terras para bioenergia, enquanto a aplicação de tecnologias disruptivas é o principal fator de aumento. Haverá terras aráveis suficientes para alimentar a população mundial em 2050 nos três cenários propostos. Contudo, mesmo escolhendo priorizar a preservação das florestas, e partindo para as áreas arbustivas como a próxima fronteira agrícola, a disponibilidade de novas terras aráveis para projetos de bioenergia poderia ser limitada no C1, e poderia ser necessário desmatar 24% das florestas (935 Mha). No C2, 5,7% das terras aráveis sobrariam disponíveis para produzir bioenergia, atingindo 92% da meta de sequestro de carbono. E no C3, 42% das terras aráveis poderiam produzir bioenergia para sequestrar mais de 6 vezes a quantidade de carbono tida como meta para 2100. Os parâmetros com as maiores oportunidades de ganhos, por razões quantitativas e por viabilidade técnica de ação são o desperdício de alimentos, a baixa produtividade em decorrência da degradação de terras, o ganho de produtividade por tecnologia, e a redução no consumo de proteínas animais, especialmente de animais ruimantes. A potencial participação da bioenergia na matriz energética global é considerável até para o C1, em 7,5%, com 64 EJ. No melhor dos cenários realistas, C2, a bioenergia poderia representar 21,0% da produção global de energia, com 178 EJ, sendo que a produção de culturas energéticas poderia ser 31 vezes maior do que é hoje. Os resultados da potencial geração de bioenergia global obtidos nas projeções dos cenários mais realistas, C1 e C2, foram próximos entre si e de outros estudos reportados na literatura científica. No cenário que representa uma situação teórica, C3, a bioenergia poderia suprir quase duas vezes e meia a demanda global por energia primária em 2050.