Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
RIBEIRO, Vivian Martins
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Orientador(a): |
FERRAZ, Denise Pereira de Alcantara
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Itajubá
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação: Mestrado - Educação em Ciências
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Departamento: |
IFQ - Instituto de Física e Química
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/handle/123456789/2239
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Resumo: |
Partindo do princípio que a deficiência é uma característica natural, intrínseca à diversidade humana, e que o conceito de deficiência é construído socialmente, procuramos na história a compreender das concepções de deficiência que permeiam os discursos sociais e políticos na sociedade, às quais fundamentam a elaboração de leis e de políticas públicas para o grupo de pessoas que possuem tais características, pautadas no modelo metafísico, modelo médico e modelo social da deficiência. Reconhece-se que a deficiência é um conceito em constante transformação e não é linear, e embora ganhe força nos discursos dos pesquisadores, nas lutas dos movimentos sociais e nas leis do Estado, pode ainda estar presente nos discursos sociais concepções já superadas pelo conhecimento científico, influenciando as atitudes das pessoas para com o grupo. Desse modo, o modelo social preconiza, hoje, que a deficiência não deve ser vista como uma doença a ser normalizada para que, só assim, as pessoas com deficiências possam usufruir de direitos e deveres sociais, mas sim compreendida em relação às barreiras que a sociedade impõe para a participação social daqueles que se diferem do padrão aceito, gerando as desvantagens e a exclusão; compreende-se, assim, que as pessoas com deficiências devem estar, por direito, incluídas na sociedade. Quando se trata do direito fundamental à educação, a Educação Especial, campo do conhecimento responsável pela escolarização das pessoas com deficiências, assume caráter inclusivo quando preconiza que é direito de todos os alunos estarem juntos, frequentando a mesma escola, recebendo educação de qualidade, com oportunidades de aprendizagem equiparadas pela escola e pelos professores para que os alunos possam desenvolver suas habilidades e competências individuais. Dessa maneira, nenhum conteúdo escolar deve ser negligenciado aos alunos que, porventura, possuam alguma necessidade especial, como pode ser o caso dos alunos com deficiências. A inclusão é a realidade das políticas educacionais atuais, por isso, voltamos nosso olhar para o Ensino de Ciências Naturais e levantamos as seguintes questões problematizadoras: de que maneira os professores das salas regulares, que ensinam as disciplinas de Ciências, Biologia, Química e Física têm compreendido o processo de inclusão escolar dos alunos com deficiências? De que forma compreendem a deficiência e a inclusão? Que importância atribuem ao ensino desses conteúdos aos alunos com deficiências nas salas regulares? Desse modo, o presente estudo objetivou analisar quais as concepções desses professores, atuantes nas escolas públicas regulares da Microrregião de Itajubá, sobre o processo de inclusão dos alunos com deficiência. Para tanto, realizou-se uma pesquisa de campo, de natureza qualitativa e exploratória e, por meio de um questionário semiestruturado, foram entrevistados 12 professores que lecionam as referidas disciplinas e que lecionam em classes que incluam alunos com deficiências. Os resultados obtidos nas entrevistas foram analisados a partir da Análise de Conteúdo, que apontou três eixos norteadores que guiaram as discussões dos temas emergentes nas falas dos professores. Assim, constatamos que os professores entrevistados ainda compreendem a deficiência enquanto incapacidade do indivíduo, característica do modelo médico de deficiência. Ainda, compreendem a inclusão enquanto integração, com a finalidade de socializar alunos com e sem deficiências. O ensino de Ciências Naturais, nesse contexto, assume caráter de nortear ações da vida diária, permeados pelo estigma da dificuldade de aprendizagem dos conteúdos pelos alunos com deficiências. Emerge-se, desse modo, o potencial da formação inicial e continuada que aborde o tema da inclusão escolar como indispensável para quebrar paradigmas sociais oriundos das crenças dos professores. |