Impacto das mudanças climáticas no zoneamento de aptidão climática das principais frutíferas de clima temperado nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SANTOS, Diego Felipe dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação: Mestrado - Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Departamento: IRN - Instituto de Recursos Naturais
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/handle/123456789/1276
Resumo: As frutíferas de clima temperado são plantas que necessitam de horas de frio para quebrar a dormência e iniciar um novo ciclo de desenvolvimento reprodutivo. Essas frutíferas são importantes para as regiões Sul e Sudeste do Brasil, que juntas representam 91% da produção nacional; sendo as frutíferas de maior destaque a videira, macieira, figueira, pessegueiro, ameixeira, nectarineiras e a oliveira. Para garantir a expansão das áreas de produção e a qualidade de seus frutos é necessário determinar as áreas climatologicamente favoráveis a seus cultivos. Isso é importante tanto para condições atuais, quanto para cenários de projeções climáticas, uma vez que os padrões climáticos no Brasil devem ser alterados devido as mudanças climáticas. Portanto, o objetivo dessa dissertação é avaliar o impacto das mudanças climáticas, no zoneamento de aptidão climática das principais frutíferas de clima temperado, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Para os cálculos do período presente (1981-2015) foram utilizados dados de 151 estações meteorológicas, distribuídas em toda a área de estudo. Já para os cálculos dos dois períodos futuros (2021-2050, 2071-2100) foram utilizados dados de projeções climáticas de 21 modelos do Coupled Model Intercomparison Project Phase 5 (CMIP5) regionalizados através de downscaling estatístico pelo NASA Earth Exchange Global Daily Downscaled Projections (NEX-GDDP), nos cenários forçantes chamados Representative Concentration Pathways (RCP) 4.5 e 8.5. Foi avaliada a destreza dos modelos em simular as variáveis climáticas para as regiões Sul e Sudeste do Brasil, posteriormente foram calculadas, para todos os períodos, as médias climatológicas de precipitação, número de horas de frio e temperaturas máxima, média e mínima. Também foram gerados para todos os períodos o balanço hídrico climatológico e, consequentemente, obteve-se a deficiência hídrica de toda a área de estudo. De acordo com os resultados foi possível observar que a média simples das simulações dos 21 modelos consegue reproduzir bem o ciclo anual de temperatura máxima, mínima e precipitação mensal nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Além disso, a discrepância entre os modelos é maior no verão e na primavera, principalmente sobre a região Sudeste, nas áreas mais interiores do continente. No período presente, para as culturas menos exigentes em frio (requisito de horas de frio de 100 a 150 horas) o zoneamento de aptidão climática indica porcentagem de área apta de aproximadamente 36,3% (Tb=7°C), 53,6% (Tb=9,5°C) e 65,9% (Tb=13°C); enquanto para as culturas mais exigentes em frio (requisito de horas de frio maior de 600 horas) o zoneamento indica porcentagem de área apta de aproximadamente 0,3% (Tb=7°C), 17,4% (Tb=9,5°C) e 44,1% (Tb=13°C). Com as mudanças climáticas a área apta ao cultivo das frutíferas de clima temperado será bastante reduzido. No RCP 8.5 para o futuro distante (2071-2100) as culturas mais exigentes em frio terão sua área apta reduzida para 0% (Tb=7°C), 0,1% (Tb=9,5°C) e 17,8% (Tb=13°C). As frutíferas que necessitam de mais de 300 horas de frio serão as frutíferas mais afetadas com as mudanças climáticas simuladas para o final do século XXI.