Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
CUNHA, Joice Rodrigues da
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Orientador(a): |
SOARES, Daniel Cristian Ferreira
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Itajubá
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Programa de Pós-Graduação: |
PPG - Programas de Pós Graduação - Itabira
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Departamento: |
PPG - Programas de Pós Graduação - Itabira
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifei.edu.br/jspui/handle/123456789/3949
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Resumo: |
Considerando-se os impactos decorrentes do desenvolvimento de atividades agrícolas, os agrotóxicos representam um grupo de contaminantes que pode afetar negativamente a vida aquática, os ecossistemas e o solo, além de provocar efeitos diretos na saúde humana. No contexto da alteração da qualidade das águas dos mananciais de abastecimento, a água para consumo humano consiste em uma fonte potencial de exposição. O presente trabalho objetivou construir um diagnóstico sistematizado acerca da presença de agrotóxicos nos mananciais de abastecimento em Minas Gerais, com ênfase na porção mineira da Bacia do rio São Francisco. A partir da análise dos dados da qualidade da água de abastecimento presentes no SISAGUA no período de 2015 a 2020, foi possível obter um panorama dos riscos envolvidos nas atividades agrícolas desenvolvidas. O monitoramento realizado pelo controle demonstrou a violação de 19 dos 27 parâmetros estabelecidos pela Portaria GM/MS nº 2914/2011 para presença de agrotóxicos na água para consumo humano. Dos 19 parâmetros violados, 5 representaram aproximadamente 50% das análises acima do VMP quantificadas no estado: aldrin+dieldrin (n=58), aldicarbe+aldicarbesulfona+aldicarbesulfóxido (n =28), DDT+DDD+DDE (n=27) e lindano (n=25), todos com uso e comercialização proibidos no país. Nas análises da vigilância foram detectados compostos que não constavam na normativa vigente no período avaliado (Portaria GM/MS nº 2914/011): epoxiconazol, tiametoxam, clotianidina e imidacloprido. Tendo em vista os dados de monitoramento das águas de abastecimento da bacia do rio São Francisco, foram identificados dez agrotóxicos acima do valor máximo estabelecido pela Portaria GM/MS nº 2914/2011, sendo 7 inseticidas e 3 herbicidas. Observou-se uma correlação entre os principais usos dessas substâncias identificadas acima do VMP e as lavouras mais expressivas no Alto São Francisco (café, banana, milho, cana-de-açúcar, feijão e soja). Em relação à concentração de resíduos de agrotóxicos na água, os dados sugerem que apesar dos altos valores de Log Kow, a precipitação pode ser um fator relevante no transporte dessas substâncias para os mananciais de abastecimento da bacia. Considerando os valores de QR referentes à avaliação de risco deste trabalho para os dez agrotóxicos identificados acima do VMP, a legislação brasileira não protegeria o ecossistema aquático na bacia do rio São Francisco. Constatou-se também que dos 10 compostos estudados, 7 representam risco potencial de contaminação das águas superficiais por escoamento, associado a sedimento ou dissolvido em água, segundo os critérios Goss. Segundo o critério de Gus, apenas a atrazina foi classificada como potencialmente contaminante das águas subterrâneas. Nesse contexto, o estudo apontou eventuais impactos negativos das atividades agrícolas sobre os recursos hídricos, biota aquática e seres humanos. Destaca-se a necessidade de formulação e implementação de políticas públicas para racionalização do uso de agrotóxicos na bacia e no estado como um todo. Além disso, devem ser desenvolvidas políticas direcionadas à promoção de boas práticas agrícolas e fomento a pesquisas sobre os efeitos desses compostos em diferentes compartimentos ambientais. |