Casados de papel passado: uma análise do processo de construção dos casamentos igualitários.
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/16752 |
Resumo: | Os casamentos igualitários tornaram-se realidade na sociedade contemporânea. Tal conquista se fez possível graças às mudanças nos modos de se pensar a família e as lutas constantes do Movimento LGBTQIA+. Um pressuposto para a nossa pesquisa é a existência de um modelo aprovado coletivamente, e postulado como ideal naturalizado do que se considera como família. Esse modelo tem prevalecido como paradigma e, em razão de sua prevalência, buscado demarcar quais as funções de homem e mulher; as responsabilidades com os filhos; com a manutenção do lar; e a gestão e controle das emoções: amor, segurança, ciúme e confiança. Esses e outros elementos parecem definir os traços caraterísticos do que se considera como a forma da família heteronormativa. Em vista disso, fomos levados a problematizar se as subjetividades familiares de casais homoafetivos reproduzem, resistem ou reinventam os “padrões” que vigoram no âmbito de famílias heterossexuais. Dessa maneira, procuramos analisar os processos de construção dos vínculos conjugais em casais homoafetivos; discernir quais mecanismos são acionados na gestão e manutenção dessas parcerias amorosas; verificar como esses definem suas relações; e qual o entendimento desses casais acerca do que é família. Para tal intento, realizamos uma pesquisa qualitativa com ênfase nas entrevistas realizadas com seis casais, suas narrativas nos possibilitaram compreender os valores e os sentidos que guiam os atores e seus modos de agir na sociedade. Em termos teóricos as discussões se pautaram em categorias de análises propostas por autores como Bourdieu, Foucault e Giddens. Ao longo do estudo, observamos que os casais consultados são marcados por experiências que revelam preconceitos e discriminações. Tal constatação expressa que a formalização jurídica dessas uniões não exime os casais homoafetivos do estigma social. No entanto, os casais consultados afirmaram que transformam o preconceito em resistência e reinventam seus relacionamentos através da negociação conjugal, cooperação cotidiana, divisão equilibrada das atividades domésticas, amizade e cuidado mútuo. Embora os resultados da pesquisa não representem uma compreensão totalizadora dos casamentos igualitários, eles nos indicam pistas importantes para o entendimento de formas diversas de constituição de famílias e casais na contemporaneidade: se distanciando da mera repetição de conceitos, apontando caminhos de inovação intelectual, principalmente na área da Sociologia da Família, e estimulando a intervenção social. |