A transposição do Rio São Francisco, conflitos e mudança social: um estudo sobre a Vila Lafayette no município de Monteiro.
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/27415 |
Resumo: | Esta pesquisa consiste em mais um esforço de problematizar o processo de transposição do Rio São Francisco, enquanto uma estratégia de desenvolvimento. Assim, a dissertação tem o objetivo de analisar os conflitos e as mudanças sociais decorrentes do processo de transposição do Rio São Francisco, especialmente as mudanças que afetaram a vida das famílias agricultoras residentes na Vila Lafayette, no município de Monteiro-PB, considerando, centralmente, as questões relacionadas ao acesso à água, às estratégias de trabalho e geração de renda. O percurso metodológico que adotamos para desenvolver a dissertação se apoiou na pesquisa qualitativa, privilegiando técnicas como a pesquisa documental, bibliográfica e o trabalho de campo. Assim, fizemos uma recapitulação de como a seca de 1877-1879 foi fundamental para o nordeste se tornar uma preocupação política nacional. Iniciando um período de grandes obras para combater a seca por parte do Estado brasileiro. Também abordamos como o semiárido virou espaço de experimentalismos, ao mesmo tempo, foi se construindo ideologicamente perante a população, especialmente, os mais pobres, a crença de que a próxima obra resolveria o problema da seca sem em nenhum momento atacar a concentração de terras, de água e de rendas. Para tanto, refletimos usando interpretações clássicas sobre o semiárido nordestino. Sobretudo, Albuquerque Júnior, (2011); Carvalho, (1985) e Bursztyn (2008). Assim, procuramos explicitar os conflitos desde o surgimento da proposta de construção da obra no século XIX e que ainda persistem sobre a transposição do Rio São Francisco. Por diversos momentos faltavam tecnologias para transpor a água, em outros não havia recursos e condições políticas, para levar a ideia adiante, até que chegou o momento em que houve uma combinação desses fatores, possibilitando que a transposição saísse do papel. Desse modo, descrevemos os conflitos existentes no entorno da obra, bem como as implicações decorrentes do processo de reassentamento dos moradores da Vila Lafayette. Por fim, apresentamos, através de evidências, o processo de desterritorialização das famílias reassentadas da Vila Lafayette, e o percurso com vistas à reterritorialização. Esses processos são evidenciados na experiência de viver em insegurança hídrica, nas tentativas de transformar os lotes em espaços produtivos e, até mesmo nos conflitos entre moradores de origens diferentes. |