A lymfoterapia ou a cura pelo cuspe: os saberes “médicos” produzidos pelo curandeiro/farmacêutico José Fábio Lyra na Paraíba (1904-1945).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: MELO, Rosana do Nascimento Gomes.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/4390
Resumo: Esta dissertação tem por objetivo analisar os saberes “médicos” produzidos pelo curandeiro/farmacêutico José Fábio Lyra na Paraíba, por meio da criação da lymfoterapia, no período que vai de 1920 a 1945. Lymfoterapia significa a cura pela saliva. José Fábio Lyra compôs um antídoto para a cura de várias moléstias como tuberculose, diabetes, entre outras, feito por meio da saliva, conhecido como as vacinas de cuspe. O recorte temporal selecionado contempla o período de institucionalização da profissão médica na Paraíba, ao mesmo tempo em que foi construída uma forte perseguição por parte de alguns médicos ao método desenvolvido pelo prático. Nesse período, também foram publicadas suas principais obras: “A lymphoterapia (razões, fatos e curas)” e “Da lymphotherapia do physio-psychismo”, configurando, assim, esse recorte como o momento de maior divulgação da lymfoterapia. Embora a geografia selecionada seja a Paraíba, daremos ênfase a duas cidades: Bananeiras, local de produção das vacinas, e Umbuzeiro, por sua atuação política. Na escrita deste texto, utilizamos a análise documental de fontes bibliográficas e jornalísticas em circulação à época, como os jornais A União, A Noite, A Voz da Borborema e A Imprensa, dos anais da Sociedade de Medicina e Cirurgia da Paraíba, de cartas pessoais do arquivo da família Lyra e das obras publicadas por José Fábio Lyra. Dentre os conceitos e autores discutidos, destacam-se Leonardo Querino Barboza Freire dos Santos (2015), para discutir a institucionalização do saber médico; Michel Foucault (1979), para entender as relações e as redes de poder que envolviam José Fábio Lyra com pessoas próximas; bem como o conceito de bio-política, para discutir como a medicina científica se configurava enquanto uma estratégia de controle social; e, por fim, Oscar Oliveira de Castro (1945), para entender as artes de curar e os práticos populares na Paraíba. Desta forma, buscamos entender a atuação dos procedimentos de cura da lymfoterapia e suas contribuições para a medicina paraibana da época.