As meninas: análise do percurso narrativo de três personagens de Lygia Fagundes Telles numa perspectiva de leitura em sala de aula.
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/19223 |
Resumo: | Considerando a construção do romance As meninas e suas possíveis relações com o contexto da ditadura militar no Brasil, nos propusemos, em nossa pesquisa, analisar o percurso identitário das três personagens centrais da narrativa - Lorena, Lia e Ana Clara. Publicada em 1973, por Lygia Fagundes Telles, a obra tem como pano de fundo a ditadura militar e traça um paralelo entre a vida das três jovens, construído de forma transeunte, fragmentária e incompleta, utilizando os conceitos de identidade simulada e descartada de Zigmunt Bauman (2005) que fala sobre a fluidez no mundo líquido-moderno e da condição do sujeito contemporâneo na medida em que desenvolve questões como pertencimento, fragmentação, subclasse, dentre outras questões. Doravante, a pergunta norteadora da pesquisa refere-se aos traços e reflexos do contexto histórico: seriam eles a inspiração para a construção complexa e transitória do foco narrativo? Questionamos também sobre a possibilidade de leitura da referida obra em sala de aula, tendo em vista que não encontramos nenhum relato nos periódicos da CAPES. Logo, identificamos como nossos objetivos gerais: a) analisar a obra. As meninas a partir da construção mutável, difusa e complexa de sua perspectiva narrativa, percorrendo a trajetória de suas três personagens centrais – Lorena, Ana Clara e Lia; b) averiguar a importância, bem como a possibilidade da leitura do romance em sala de aula. Como objetivos específicos: a) verificar os aspectos das identidades no percurso das personagens; b) identificar a presença ou não de relatos de prática de leitura do referido romance em sala de aula em um corpus de 10 (dez) resumos de dissertações e teses da plataforma CAPES; c) formular uma proposta de leitura para trabalhar a obra em sala de aula, em turmas do 3º ano do ensino médio, através dos círculos de Leitura e do letramento literário de Rildo Cosson (2018, 2019). Utilizamos referenciais teóricos relacionados aos objetivos do estudo proposto, tais como: Ridenti (2000), Löwy e Sayre (1995), Zygmunt Bauman (2005), Regina Dalcastagnè (1996), Rildo Cosson (2018, 2019), entre outros. Percebemos durante a pesquisa que as vozes que se intercalam e os constantes monólogos são possíveis representações do período truculento da ditadura como também das mudanças da sociedade pós-moderna que já não traz mais relatos de utopias, mas sim, uma epopeia negativa. Assim há uma redução de ação sobrepondo os fluxos de consciência e uma desorganização dos pensamentos que são fugazes e improfícuos. Esse excesso de introspecção dos personagens é a única alternativa, uma vez que as experiências externas são adversas. Ainda, com relação as pesquisas que foram selecionadas observamos que não traziam relação intrínseca do gênero romanesco com a realidade social, sendo essa a justificativa de analisarmos a obra do ponto de vista sociológico e também de formularmos uma proposta plausível para a leitura do referido romance em sala de aula, haja vista que ainda há entraves para leitura de textos mais complexos e extensos em aulas de literatura nas escolas e assim possamos refletir e repensar nossas práticas enquanto professores pesquisadores. |