Estratégias de manejo ambiental e termorregulação de cabritos neonatos em ambiente tropical.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SILVA, Anderson Antonio Ferreira da.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/36259
Resumo: Cabritos recém-nascidos podem enfrentar desafios de frio e calor em regiões tropicais, seja em período diurno, onde são registradas as temperaturas mais elevadas ou no período noturno, em que se registra as temperaturas mais baixas. Os níveis de temperatura radiante e vento abundantes podem facilitar ou prejudicar a quantidade de perda de calor sensível para o ambiente, sendo necessário realizar ajustes no ambiente em que os animais estão alojados, utilizando fonte extra de radiação ou fonte de sombreamento. Portanto, neste estudo, avaliamos cabritos recém-nascidos nas primeiras 72 horas de vida para observar se os mesmos acessam voluntariamente a fonte de calor suplementar e área de sombreamento disponíveis no curral experimental, avaliamos ainda os impactos em sua temperatura corporal. Os cabritos utilizados (n = 16) foram obtidos a partir da parição de nove cabras (Alpine x Saanen) em um curral que tinha disponibilidade de uma fonte privativa de calor suplementar (135x200x130 cm, comprimento, largura, altura) ofertado por meio de lâmpada incandescente (potência = 250 W), uma área sombreada (528x246 cm) e uma área sem sombreamento (880x610 cm). Foram registradas as temperaturas radiantes médias no ambiente da fonte de calor suplementar (TRM, ºC) e no ambiente aberto (TRM, ºC). Foram avaliadas diferentes variáveis comportamentais dos cabritos nas primeiras horas pós-parto: localização (se exposto à sombra, ao sol ou diretamente sob a fonte de aquecimento) e distância da mãe (se perto ou longe). O tempo despendido pelos cabritos recém-nascidos no ambiente da fonte de calor suplementar, no ambiente da área de sombra e no ambiente da área sem sombreamento, foram quantificados durante 72 horas, por meio de observação direta, amostragem animal focal e registro instantâneo, a cada intervalo de 10 min. Da mesma forma, as (TS, ºC) e retal (TR, ºC) foram registradas de hora em hora. Foram utilizados modelos lineares generalizados para testar os efeitos da hora do dia (i) e o ambiente térmico experimentado (j) nas variáveis de resposta. Cabritos recém-nascidos experimentaram TRM no ambiente da fonte de calor suplementar (faixa = 30 a 32 ºC) maiores do que o ambiente aberto (faixa = 18 a 23 ºC), o que pode explicar sua preferência (P <0,05) em permanecer no ambiente da fonte de calor suplementar durante o período noturno, passando em média, 70% do tempo no ambiente da fonte de calor suplementar, independentemente de estarem próximos ou afastados de sua mãe. No período dás 07:00 às 17:00h os cabritos passaram maior parte do tempo sob sombra, variando de 75 a 97%, evidenciando que quando há aumento da radiação solar os animas utilizam a sombra disponível para evitar a radiação direta. Quando os recém-nascidos estavam no ambiente da fonte de calor extra, foram beneficiados com um menor gradiente térmico entre sua temperatura de superfície e a temperatura radiante média (por exemplo, TS médio = 30 ºC vs TRM na fonte de calor suplementar médio = 32 ºC), do que no ambiente aberto (TS médio = 28 ºC vs TRM médio = 20 ºC). Quando expostos à radiação solar a TR variou de 37,8 a 39,7 °C e a TS variou de 24,0 a 38,2 °C. Na projeção de sombra a TR variou de 38,7 a 39,2 °C e a TS variou de 28,0 a 33°C. Independentemente das condições térmicas expostas, a temperatura corporal retal dos caprinos recém-nascidos foi mantida em uma faixa estreita de variação (38,4 a 38,9 ºC). Concluiu-se que cabritos recém-nascidos criados em condições tropicais, acessam voluntariamente a fonte de calor suplementar e área de sombra, durante o período noturno e diurno, respectivamente, o que lhes permitem realizar o balanço térmico de forma eficiente, prevenindo a hipotermia no período de frio e a hipertermia no período quente do dia. Os cabritos neonatos parecem demonstrar certa independência precoce das mães, sendo classificados como termorreguladores precoces. A gestão do microclima onde neonatos caprinos são mantidos, seja no sentido de se evitar o estresse de frio por meio do fornecimento de fonte suplementar de calor ou de se evitar o estresse de calor por meio do fornecimento de sombreamento é decisiva sobre a qualidade de vida e bem-estar dos animais, refletindo na eficiência do sistema produtivo.