Estudo comparativo entre agentes reticulantes para possível aplicação no tratamento de ceratocone.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: DINIZ, Camila Melo Gadelha Pereira.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Ciências e Tecnologia - CCT
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/16691
Resumo: O crosslinking do colágeno corneano (CXL) é um tratamento cirúrgico, utilizado para inibir progressão da doença em pacientes portadores de Ceratocone, tal doença é uma distrofia da córnea, progressiva, associada a afinamento e abaulamento, em forma de cone, que provocam baixa acuidade visual devido ao astigmatismo irregular secundário. O CXL apresenta um protocolo padrão, atualmente bem estabelecido, que consiste na aplicação de riboflavina e ultravioleta A (UVA) na superfície corneana desepitelizada. A riboflavina atua como fotoindutor e, submetida à exposição à radiação UVA, gera radicais livres que promovem ligações cruzadas no colágeno corneano, além de promover proteção à radiação às estruturas intraoculares como cristalino e retina. No entanto, a riboflavina é uma molécula grande e necessita da desepitelização para alcançar o colágeno do estroma corneano. Muitas técnicas na promoção de crosslinking (CXL) do colágeno corneano vêm sendo estudadas no intuito de se evitar a desepitelização corneana, mas nenhuma demonstra a mesma eficácia da técnica padrão. Com o presente estudo, objetivou-se comparar a técnica padrão do CXL com o tratamento utilizando-se a genipina como reticulante, com e sem desepitelização da córnea. Comparou-se propriedades químicas, mecânicas e morfológicas de córneas de suínos submetidas aos tratamentos de crosslinking com a riboflavina e com a genipina e comparar a citotoxicidade das soluções reticulantes. Para isso, as córneas foram divididas em quatro grupos: riboflavina e UVA conforme tratamento padrão, genipina com desepitelização corneana, genipina sem desepitelização da córnea e controle sem reticulante. Dessa forma, as córneas foram submetidas às caracterizações e, analisadas pelas seguintes técnicas: Microscopia Óptica (MO), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Ensaio mecânico de tração, Dilatometria e Grau de Intumescimento (GI). Análise de Citotoxicidade foi realizada comparando o tratamento padrão com a genipina. Os Resultados demonstram uma maior resistência corneana à tração, bem como, um maior grau de intumescimento quando a genipina foi aplicada após desepitelização da córnea. As inclinações descendentes na curva de dilatometria mostram-se lineares no UV-CXL e controle, e com a genipina, a contração tende a ficar mais acentuada em temperaturas maiores. Pela MEV foi capaz de demonstrar uma linha de demarcação no estroma corneano tratado com UV-CXL ou genipina e a MO exibiu padrões diversos de luz transmitida nos diferentes grupos, demonstrando maior opacidade no UV-CXL. Conclui-se que o crosslinking do colágeno corneano induzido pela genipina 0,1% produz aumento na resistência da córnea sem provocar opacidade corneana considerável, podendo ser útil no tratamento do ceratocone. O potencial de citotoxicidade aos fibroblastos se mostrou semelhante entre os métodos de reticulação.