Família, poder local e dominação: um estudo sobre os processos de disputas políticas da(s) família(s) Ernesto-Rêgo em Queimadas-PB.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: MONTEIRO, José Marciano.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/1328
Resumo: A presente dissertação tem por objetivo analisar os discursos e as práticas que permitiram a perpetuação do poder local da família Ernesto-Rêgo no município de Queimadas – PB. Analisa o exercício do domínio político por mais de quatro gerações no município e as razões pelas quais a política queimadense, desde o seu processo de emancipação, tem apresentado em suas disputas eleitorais ao cargo executivo, uma forte presença e definindo, a seu favor, a continuidade do poder no interior do grupo familiar ou de seus prepostos. Objetiva-se responder às seguintes questões: Através de que práticas se instituíram tal dominação? Qual a origem genealógica dessa família e seus ramos parentais? Quais as formas ou maneiras dessas famílias realizarem as ações políticas locais? Para responder a estas questões, em termos metodológicos, fez-se uso do trabalho de campo e da história oral, recorrendo principalmente, à memória, através de entrevistas abertas; outra fonte de pesquisa foram os jornais, vídeos e pesquisa bibliográfica. E como fio teórico condutor da análise, a abordagem de Pierre Bourdieu, a partir de sua proposta de Sociologia da Prática, pautada na noção de campo, habitus e capitais, atravessa todo o texto analítico. O texto assim, discorre sobre a genealogia desta família, tentando compreender os capitais que, historicamente, foram sendo construídos. E associado a isto, a dominação política que esta família foi exercendo através dos capitais construídos historicamente e das práticas e ações desenvolvidas localmente. Capitais estes que estão relacionados ao “nome da família”, a posse de terras, as práticas e ações que dizem respeito às relações de compadrio e as trocas de favores na sociedade queimadense. Desta feita, constatou-se que a dominação política local se estabelece a partir das ações de dependência construídas por aqueles que são detentores de um maior quantum de capital possível em relação àqueles que são desprovidos de capital. Fato que permite concluir que a dominação política exercida por esta família a partir das relações de compadrio e das relações de favores, é quem constroem os laços sentimentais e pragmáticos que ligam as pessoas à liderança, e a dependência política se traduz na triste frase “eu devo favor”, o que significa uma forma de gratidão, uma dívida cujo preço é a fidelidade sem limites, que pode resultar na possibilidade constante de subordinação pessoal e familiar, ou seja, na mais profunda violência simbólica.