Viabilidade do uso de águas superficiais poluídas tratadas através de sistemas de wetlands construídos no cultivo do feijão.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: FIGUEIREDO , Anna Mitchielle Fernandes de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS EM REDE PROFLETRAS (UFRN)
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/16803
Resumo: A presente pesquisa teve como objetivo estudar a viabilidade técnica e ambiental do uso de águas poluídas tratadas através do sistema de wetlands construídos no cultivo do feijão com irrigação pressurizada. O experimento foi realizado em casa de vegetação da Universidade Federal de Campina Grande – PB. A fase experimental consistiu em caracterizar os efluentes tratados por dois sistemas de wetlands construídos, sendo um deles antecedido por um sistema de UASB e em fazer o reuso desses efluentes tratados na irrigação da cultura do feijão (Phaseolos vulgaris, L.), o qual foi cultivado sob três sistemas de irrigação pressurizada: gotejamento superficial, subsuperficial e microaspersão. O delineamento constituiu em blocos casualisados em faixa, resultando em 9 tratamentos com 4 repetições, totalizando 36 parcelas. A partir dos resultados pode-se verificar que em geral, o sistema de irrigação por microaspersão e o efluente tratado pelo UASB + wetland foram responsáveis pelo melhor crescimento do feijoeiro ao final de seu ciclo. A interação entre os fatores tipos de água e sistemas de irrigação não teve efeito em nenhum dos componentes de produção e de fitomassa; entretanto, como efeito isolado de cada fator, verificou-se que o tipo de água afetou a massa seca de 100 grãos, a massa seca de caule mais pecíolo e a massa seca da parte aérea, já o sistema de irrigação afetou o número de vargens por planta, a massa seca de 100 grãos e a razão entre massa seca da parte aérea e massa seca total. Para os componentes massa de 100 grãos e massa seca de caule mais pecíolo, o sistema de microaspersão apresentou eficiência superior aos demais com o uso das águas provenientes pelo tratamento UASB + wetland, já os maiores valores para o número de vagens por planta e para a razão entre massa seca da parte aérea e massa seca total foram obtidos para o sistema de gotejamento subsuperficial. A vazão dos emissores usados no experimento não foi afetada pelo tipo de água utilizado, independente do tipo de sistema de irrigação. Referente às características físico-químicas pode-se concluir que o PH das águas tratadas pelos wetland e UASB + wetland não afetou o desenvolvimento das plantas. Os efluentes tratados utilizados na irrigação da cultura do feijão não apresentaram restrições quanto à condutividade elétrica, sódio, cálcio e magnésio, apresentando-se baixa probabilidade de sodificação, obtendo uma classificação de tipo de água C2S1. Os efluentes tratados pelo sistema de wetland e pelo UASB + wetland apresentaram características microbiológicas recomendadas para irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras. Referente aos parâmetros parasitológicos, nenhuma forma parasitária (ovo de helminto e cisto de protozoário) foi encontrada nos efluentes tratados, o que significa que os sistemas de tratamento utilizados no experimento são eficientes na remoção destes parasitos encontrados em amostras de esgotos domésticos brutos. Nenhuma amostra de grãos de feijões irrigados com os 9 tratamentos apresentou contaminação por Escherichia coli e por coliformes termotolerantes acima de 100NMP/g, se apresentando adequados para o consumo. As avaliações microbiológicas dos solos usados no experimento, realizadas após o término do ciclo da cultura, evidenciaram a não contaminação por E. Coli. A partir dos resultados apresentados nesta pesquisa, conclui-se que o uso das águas poluídas que escoam no Riacho de Bodocongó, em Campina Grande, PB, oferece grande risco de contaminação ambiental não devendo ser utilizado, sem o devido tratamento, no cultivo deculturas agrícolas.