Dermatofilose e controle das helmintoses gastrintestinais em pequenos ruminantes no Semiárido Nordestino, Brasil.
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMAL UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25512 |
Resumo: | Objetivou-se avaliar diversas alternativas para o controle da dermatofilose e controle parasitário de ovinos e caprinos no semiárido: 1) o controle da dermatofilose em pastagens irrigadas; 2) o controle das parasitoses gastrintestinais no pastejo rotacionado irrigado; 3) o estudo de alguns fatores importantes para o tratamento seletivo no controle das parasitoses gastrintestinais, tais como a diferente susceptibilidade entre caprinos adultos e caprinos jovens e a dinâmica de infecção no início das chuvas. Esta tese é formada por três trabalhos. No primeiro relatam-se 17 surtos de dermatofilose em três fazendas de ovinos da raça Santa Inês e Santa Inês x Dorper criados em áreas irrigadas com pastoreio rotativo, com lotações de 5 a 11 unidades animais por hectare, no município de Belém do São Francisco, Pernambuco. Os surtos ocorreram após períodos de chuvas, afetando ovinos de diversas idades, com morbidade de 0,77% a 31%. Os sinais clínicos caracterizaram-se por dermatite com formação de crostas que se destacavam com facilidade, deixando áreas de alopecia. Em culturas em meio de ágar sangue ovino a 5% foi isolado Dermatophilus congolensis. Os animais foram separados do rebanho e tratados com 70.000 UI de benzilpenicilina procaína e 70 mg de sulfato de diidroestreptomicina por kg de peso vivo e todos se recuperaram. Conclui-se que a dermatofilose é uma doença endêmica importante em ovinos em sistemas de pastejo rotacionado irrigado e altas lotações, que ocorre com maior frequência após períodos de chuva e que pode ser controlada com isolamento dos animais seguido de uma única aplicação de penincilina e estreptomicina. No segundo trabalho descreve-se o controle das parasitoses gastrintestinais em uma fazenda no Munícipio de Belém do São Francisco, Pernambuco, no período de abril de 2013 a setembro de 2014, em um rebanho de 646 a 859 ovinos mestiços da raça Dopper com Santa Inês, criados em uma área de 12 ha de pastagem de capim coast cross (Cynodon dactylon) dividida em 24 piquetes. Para o pastejo os ovinos foram divididos em dois grupos, um de ovelhas paridas e outro de ovelhas secas e borregas de mais de dois meses, que pastejavam três dias em cada piquete. Os piquetes tinham 36 dias de descanso. Foi feito teste de resistência aos anti-helmínticos no início de experimento e anualmente, que resultou na mudança anual do produto utilizado. No segundo ano, para as coletas de fezes e para o tratamento anti-helmíntico seletivo, as ovelhas paridas e as ovelhas secas foram divididas em dois subgrupos cada: gordas e magras. Todos os meses coletavam-se fezes de 10% dos ovinos de cada subgrupo para fazer OPG e coprocultura. Coletaram-se amostras de capim a cada dois meses para fazer a contagem e identificação de larvas do pasto. Durante os 18 meses de estudo foram tratados individualmente aproximadamente 3797 ovinos, equivalente a 6,49 tratamentos por ovino (3,97 em 2013 e 2,52 em 2014). O helminto mais prevalente nas coproculturas (50-85%) e no pasto (83,2%) foi Haemonchus contortus. Os menores números de larvas infectantes no pasto (94 a 111 larvas L3/ kg MS) ocorreram nos dias 35 e 2 a 8 de pastejo. Os maiores números ocorreram entre os dias 17 a 20 (374 a 761 L3/kg MS). A produção de carne da fazenda foi 1023 kg por hectare e a rentabilidade de 3,31%. Conclui-se que o pastoreio dos potreiros por três dias, com um descanso de 36 dias, com a utilização de tratamento seletivo, permite controlar as helmintoses gastrintestinais em sistemas de pastoreio rotacional irrigado. No entanto, é necessário realizar testes de resistência dos parasitas aos anti-helmínticos anualmente para contornar esse problema. No terceiro trabalho, em cinco propriedades, com rebanhos com 11 a 63 caprinos, de março de 2013 a janeiro de 2015 foram coletadas, mensalmente, fezes de todos os caprinos para contagem de ovos. Em nenhuma propriedade foi necessário vermifugar durante os períodos de seca. Em 2013, com precipitações de 265-533 mm anuais, não foi necessário vermifugar durante o período de chuva e em 2014 com precipitações de 604-778 mm foi necessário vermifugar 30-60 dias após as primeiras chuvas em três propriedades. Nessas três propriedades foi encontrada multirresistência aos anti-helmínticos. Foi constatado que o OPG das cabras lactantes foi significativamente maior do que o OPG das cabras secas e dos cabritos. Em conclusão, na região semiárida, geralmente não é necessário o tratamento das cabras pastejando na caatinga durante a estação seca. Na estação chuvosa a carga parasitária aumenta 2-3 meses após as primeiras chuvas. Tanto na seca quanto nas chuvas o produtor deve monitorar o rebanho mediante OPG ou por outros critérios (anemia, edema submandibular) para determinar a necessidade de vermifugação. |