O processo de desertificação nos municípios de Cabaceiras e Barra de São Miguel-PB: uma análise a partir dos índices biofísicos (NDVI, TGSI e albedo) e socioeconômicos no período de 1989 a 2010.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: PATRÍCIO, Maria da Conceição Marcelino.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3402
Resumo: O processo de desertificação é uma grande ameaça aos sistemas ecológico e socioeconômico em todo mundo. Os impactos provocados por este processo vêm aumentando devido o mau uso das terras. O objetivo deste estudo foi analisar a evolução do processo de desertificação das terras nos municípios de Cabaceiras e Barra de São Miguel-PB, a partir de indicadores sociais, econômicos e ambientais e sua relação com o desenvolvimento local no período de 1989-2010, através da dinâmica espaço temporal de aspectos biofísicos e climáticos. Para avaliar a mudança de cobertura do solo e o processo de desertificação foi feito a relação entre NDVI (Normalized Difference vegetation Index), TGSI (Topsoil Grain Size Index) e α (albedo) da superfície terrestre na área estudada. O TGSI é um índice que avalia a textura do solo, foi utilizado na Mongólia Interior da Chima e Sul do Iraque em áreas degradadas. Por esta razão buscou-se neste trabalho adaptá-lo para regiões do semiárido brasileiro. Neste trabalho foi realizado análise física do solo para validar os resultados obtidos pelo TGSI. A partir das árvores de decisões (AD) adaptadas para os períodos úmido e seco, foram gerados os mapas de riscos ao processo de desertificação. As análises mostraram que os valores destes índices são influenciados pela sazonalidade da vegetação. Foram utilizados dados de precipitações para as variáveis: precipitação pluvial e índice de aridez para o município de Cabaceiras-PB. Os resultados mostraram uma tendência positiva para a precipitação pluvial e negativa para o índice de aridez. Quanto a erosão hídrica tem sido considerada o problema ambiental mais importante causada por intensos eventos de chuvas. O potencial da chuva pra gerar erosão do solo é conhecido como erosividade das chuvas e sua estimativa é fundamental para a compreensão dos aspectos climáticos de uma região. O índice de erosividade da chuva (EI30) foi estimado atravé do fator R da Equação Universal da Perda de Solo (EUPS). Os resultados indicaram uma erosividade média anual de 5.733,1 MJ mm ha-1 h-1 (Cabaceiras) e 3.122 MJ mm ha-1 h-1 (Barra de São Miguel), que de acordo com a conversão realizada corresponde a uma perda de solo de 584,4 tm mm ha-1 ano-1 318,3 tm mm ha-1 ano-1 respectivamente. O índice de erosividade apresenta-se altamente correlacionado com o coeficiente de chuva (Rc), R2=0,98 e R2=0,97, o que permite um bom ajuste da equação. Os maiores valores de erosividade ocorreram nos meses de janeiro a março, sendo que em Cabaceiras os valores se estenderam até maio. Em relação o mapa gerado do risco a erosão percebeu-se que o grau de risco da maioria das áreas estudada (82,1%) é de risco muito baixo a baixo, 16,7% de risco médio e apenas 0,1% de alto risco. Para a avaliação socioeconômica utilizou-se os dados estatísticos disponibilizados por órgãos como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e também foi utilizado o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Os resultados apontaram fragilidades na produção de subsistência devido às condições climáticas, baixa escolaridade, percentual elevado de pessoas vulneráveis à pobreza, concentração de terras e degradação dos recursos naturais. Nestas condições pode-se afirmar que o processo de desertificação não é de ordem climática e sim antrópica.