Gêneros argumentativos e o agir docente: (re) configurando concepções e planejamentos para o ensino de escrita.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: ROCHA, Luciana Vieira Alves.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/7833
Resumo: Apesar de não serem tão recentes as discussões teóricas acerca da necessidade de se desenvolver as capacidades argumentativas dos alunos, ainda é perceptível uma práxis de ensino que pouco contribui para o desenvolvimento destas capacidades, por ser baseada no ensino de estrutura de gêneros, que não possibilita ao aluno desenvolver suas habilidades discursivas. Elegendo essa problemática do ensino da argumentação, esta pesquisa delimitou como objeto de estudo as práticas docentes para o ensino da produção escrita de gêneros da esfera do argumentar. O presente estudo tem como objetivo geral investigar o agir dos professores no que concerne ao trabalho com gêneros argumentativos, visando auxiliá-los em uma possível (re) configuração de práticas de ensino-aprendizagem da escrita. Para nortear o processo de investigação, delineamos os seguintes objetivos específicos: 1) Identificar as concepções teóricas dos docentes sobre gêneros da ordem do argumentar; 2) Analisar propostas/planejamento de ensino da escrita de gêneros argumentativos por parte de professores do Ensino Médio; e 3) Refletir sobre a (re) configuração do agir docente prescrito (o planejamento didático) em um curso de formação continuada acerca do ensino de gêneros argumentativos. 4) Discutir os resultados obtidos no curso de formação continuada no que diz respeito ao planejamento e elaboração de materiais didáticos. Três eixos teóricos fundamentam o presente estudo, o primeiro ancora-se nos estudos e modelos de análise textual do Interacionismo Sociodiscursivo (ISD) (BRONCKART, 1997, 2008, 2010), bem como nos estudos de (BAKHTIN, 1997) e (ADAM, 1992); o segundo eixo traz o modelo didático de gêneros através dos estudos de (DOLZ e SCHNEUWLY, 2004) e outros colaboradores; o terceiro eixo remete aos estudos que interpretam as ações docentes como as Ciências do trabalho e os postulados do ISD para a investigação do trabalho por meio do agir docente de (BRONCKART, 2006); (MACHADO, 2007); (MEDRADO, 2011); (LOUSADA, 2006). A pesquisa se caracteriza qualitativa de cunho etnográfico e de caráter colaborativo. Foi desenvolvida no contexto de um curso de formação continuada a partir da utilização dos seguintes instrumentos e técnicas: a entrevista, a observação participante, o diário de campo e a sessão reflexiva. Os sujeitos colaboradores foram cinco professores de Língua Portuguesa que lecionam no Ensino Médio da rede pública de um município do interior paraibano. O corpus foi constituído a partir de três etapas da pesquisa (Etapa de sondagem ou diagnóstica, Etapa de intervenção ou formativa e Etapa conclusiva). A análise dos dados evidenciou contradições e distanciamentos entre as concepções apresentadas, os planejamentos e as atividades realizadas em sala de aula pelos sujeitos colaboradores da pesquisa. Encontrarmos no discurso dos professores e nas atividades planejadas a concepção de gênero como ferramenta de comunicação com sentido; como texto do cotidiano com função social e como tipo de texto. Os resultados também evidenciaram que, frente a um Curso de Formação Continuada, os sujeitos colaboradores elaboraram sua própria sequência didática, e conseguiram desenvolver atividades que envolvem as capacidades de linguagem requeridas dos alunos no processo de compreensão do gênero textual, mostrando que esse instrumento didático se configura como uma ferramenta de autoregulação da prática docente.