Morfogênese, produção, composição bromatológica e demanda hídrica do capim-tanzânia em tabuleiros costeiros do Piauí.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: RODRIGUES, Braz Henrique Nunes.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/927
Resumo: 0 conhecimento da dinâmica do desenvolvimento de plantas forrageiras constitui uma importante ferramenta tanto para a caracterização do potencial de produção de uma dada espécie, como para a definição do potencial de uso de um dado ecossistema na produção animal. Um dos grandes desafios no manejo de pastagens tem sido estabelecer as práticas mais eficientes, para se alcançar o melhor rendimento sustentável de tais ecossistemas. O capim-Tanzânia tem sido selecionado, dentre as forrageiras mais promissoras para a formação e/ou recuperação de pastagens, em face da sua elevada produção de biomassa, boa aceitabilidade, composição química e digestibilidade satisfatórias. O objetivo do trabalho foi determinar e avaliar as variáveis morfogênicas, de produção e qualitativas do capim-Tanzânia e o seu consumo de água ao longo de 35 dias de crescimento, nas condições ecológicas dos Tabuleiros Costeiros do Piauí. O trabalho foi desenvolvido na UEP-Parnaíba, pertencente à Embrapa Meio-Norte, em dois períodos experimentais, durante os anos de 2008 e 2009. No tocante à determinação das variáveis de morfogenia, produção e bromatológicas, o delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, com cinco repetições, sendo os tratamentos constituídos por cinco idades de rebrotação (7, 14, 21, 28 e 35 dias). Nos dois períodos experimentais, as variáveis foram avaliadas nas cinco idades de rebrotação, com as amostragens iniciadas após três cortes subsequentes de uniformização, a 10 cm do solo, a cada 35 dias. Na avaliação do consumo de água da gramínea, foram utilizados dois lisímetros de pesagem medindo 1,5 m x 1,5 m de largura e comprimento por 1,0 m de profundidade para determinar a evapotranspiração da cultura. A irrigação foi realizada por aspersores com vazão de 0,630 m3 h"1 e linhas laterais espaçadas em 12 m x 12 m. A evapotranspiração de referência foi estimada com base na equação de Penman-Monteith a partir dos dados climáticos obtidos em uma estação agrometeorológica automática. As taxas de aparecimento de folhas e alongamento foliar apresentaram um comportamento quadrático (p<0,05), com valores máximos atingidos aos 24 e 26 dias de rebrotação, respectivamente. A taxa de senescência apresentou um aumento mais pronunciado próximo aos 25 dias de rebrotação. O número máximo de folhas vivas expandidas por perfilho foi atingido aos 22 dias de rebrotação. A produtividade de matéria seca aumentou linearmente com a idade de rebrotação, atingindo o valor de 5,7 t ha"1 aos 35 dias. A interceptação luminosa aumentou de maneira assintótica em função do índice de área foliar, com tendência de estabilização para valores entre 4 e 5 e interceptação luminosa de 95%, correspondendo ao intervalo entre 21 e 24 dias de rebrotação. O teor de proteína bruta apresentou comportamento inverso, reduzindo-se linearmente de 17,0% a 7,8% dos 7 aos 35 dias. O teor de fibra em detergente neutro também apresentou resposta linear, atingindo o limite crítico inferior a 60% de 24 a 28 dias de rebrota; o teor de fibra em detergente ácido, por meio de um comportamento quadrático, estimou valores próximos a 35% até a idade de 28 dias. A média da evapotranspiração máxima do capim- Tanzânia para os dois anos foi de 7,75 mm dia"1. Considerando-se o intervalo de corte de 35 dias, os valores de Kc recomendados para o primeiro ano do capim são: 0,5 de 1 a 3 dias após o corte; 0,7 de 4 a 6 dias após o corte; 1,0 de 7 a 10 dias após o corte; 1,2 de 11 a 16 dias após o corte; 1,4 de 17 a 23 dias após o corte; 1,3 de 24 a 30 dias após o corte e 1,1 de 31 a 35 dias após o corte. A partir do segundo ano de condução da cultura, os valores de Kc devem ser: 0,6 de 1 a 3 dias após o corte; 0,9 de 4 a 6 dias após o corte; 1,1 de 7 a 10 dias após o corte; 1,3 de 11 a 16 dias após o corte; 1,5 de 17 a 23 dias após o corte; 1,4 de 24 a 30 dias após o corte e 1,3 de 31 a 35 dias após o corte. A análise conjunta das variáveis envolvidas permitiu a observação do intervalo de 21 a 24 dias como o período de concentração das características fisiológicas mais importantes no desenvolvimento do capim-Tanzânia, com implicação na definição do momento mais adequado para a ocorrência do corte ou pastejo. No entanto, considerando-se o comportamento da gramínea em termo de consumo de água, pode-se definir o intervalo de 24 dias como o período máximo de intervalo entre pastejos, coincidindo também com o seu pico máximo de consumo de água.