Irrigação fenológica em duas cultivares de algodoeiro herbáceo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: ARAÚJO, Whéllyson Pereira.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/4502
Resumo: O algodoeiro sempre foi uma das principais culturas comercialmente exploradas no semiárido do Nordeste brasileiro. Devido às secas que ocorrem periodicamente nesta região, faz-se necessário o uso da prática da irrigação para minimizar o efeito do déficit hídrico nesta cultura. Apesar de ser uma tolerante ao déficit hídrico no solo, o estresse hídrico em determinadas fases do ciclo do algodoeiro pode causar severos danos à cultura, afetando os processos fisiológicos e as estruturas reprodutivas, com consequente perda na produtividade e qualidade da fibra. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta de cultivares de algodoeiro herbáceo submetido a períodos de déficit hídrico aplicados em diferentes fases do ciclo de cultivo e seu efeito sobre as trocas gasosas, os componentes da produção, a eficiência hídrica e a qualidade da fibra. O experimento foi conduzido em condições de campo, na Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Pombal, PB. Os tratamentos foram constituídos de 6 períodos (P) de déficit hídrico (P1=tratamento irrigado durante todo o ciclo fenológico, sem déficit hídrico, P2 = déficit hídrico na fase de crescimento inicial, P3 = déficit hídrico na fase de aparecimento do primeiro botão floral, P4 = déficit hídrico na fase de aparecimento da primeira flor, P5 = déficit hídrico na fase de aparecimento da primeira maçã e P6 = déficit hídrico na fase de aparecimento do primeiro capulho) e 2 cultivares (C) de algodoeiro herbáceo (C1 = BRS 286 e C2 = BRS 336), no delineamento em blocos casualizados em parcelas subdivididas (períodos de déficit = parcelas; cultivares = subparcelas) com 4 repetições. Os dados das trocas gasosas das plantas, dos componentes da produção, eficiência hídrica e qualidade da fibra foram submetidos à análise de variância através do teste F, sendo as médias dos tratamentos dos fatores, ambos qualitativos, comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico SISVAR. O déficit hídrico reduziu as trocas gasosas das plantas de algodoeiro herbáceo, principalmente a condutância estomática, transpiração e fotossíntese. As cultivares de algodoeiro BRS 286 e BRS 336 apresentaram comportamento similar nos diferentes déficits hídricos aplicados nas suas distintas fases fenológicas. As trocas gasosas do algodoeiro foram mais sensíveis à deficiência hídrica na fase de formação das maçãs e menos afetadas nas fases de crescimento inicial e botão floral. A ocorrência de déficit hídrico durante as fases de surgimento de flores e maçãs foram as mais prejudiciais aos componentes da produção, com substanciais perdas e as que ofereceram as menores eficiências do uso de água do algodoeiro. Os componentes da produção da cultivar BRS 286, perante os déficits hídricos testados, foram superiores aos obtidos na cultivar BRS 326, exceto no peso médio dos capulhos. A eficiência de uso da água pelo algodoeiro herbáceo, perante os déficits hídricos testados, foi estatisticamente igual para ambas as cultivares. Com exceção da maturidade, da refletância e do grau de amarelo da fibra, os déficits hídricos aplicados nas diferentes fases fenológicas das cultivares do algodoeiro herbáceo afetaram a qualidade da fibra. Com exceção do índice de fibras curtas, do alongamento e do índice de micronaire, o tratamento sem déficit de água promoveu os melhores valores da fibra. O algodoeiro herbáceo produziu fibras de melhor qualidade quando o déficit hídrico ocorreu nas fases de crescimento inicial e maça. A cultivar BRS 336 do algodoeiro produziu fibras de melhor qualidade que a cultivar BRS 286, independentemente da época de aplicação do déficit hídrico. As cultivares utilizadas possuem características de fibra em conformidade com os padrões varietais e comercias de fibra média (BRS 286) e longa (BRS 336).