Estudo da produção de celulases por fermentação semisólida em bagaço de caju (Anarcadium orcidentalle Lineu) utilizando o microorganismo Trichoderma sp.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: AMORIM, Beatriz Cavalcanti.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Ciências e Tecnologia - CCT
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/10245
Resumo: Apesar da ampla utilização das celulases, o seu elevado custo tem tornado alguns processos onerosos. O pedúnculo do caju e um material lignocelulósico que apresenta uma estimativa de produção no Brasil em torno de 1,8 milhão de toneladas/ano concentrando-se basicamente na região Nordeste e com aproveitamento industrial de apenas 15 % do seu total. Dentro desse contexto, este trabalho teve por objetivo estudar a produção de celulase por fermentação semi-solida do resíduo de caju utilizando o microrganismo Trichoderma sp. Inicialmente, foi realizada uma caracterização físico-química do bagaço de caju e o levantamento da isoterma de adsorção de umidade do bagaço a uma temperatura de 30°C. Em seguida, estudou-se a fermentação semi-solida do bagaço de caju para produção da enzima, utilizando-se da metodologia de planejamento fatorial do tipo 22 com três repetições no ponto central para avaliar a influencia das variáveis dependentes, umidade inicial e concentração da fonte de nitrogênio, na atividade enzimática. O processo fermentativo foi desenvolvido para o bagaço de caju, lavado e sem lavar, utilizando o microrganismo Trichoderma sp. com uma concentração de 107 esporos/g, a uma temperatura de 30°C, com a umidade inicial variando de 45, 55 e 65% em base úmida, concentração da fonte de nitrogênio variando de 0,50, 0,75 e 1,00% e amostras foram coletas ao longo do processo para analises de pH, umidade, açucares redutores e atividade enzimática, expressa em carboximetilcelulase, ate um tempo de 73 horas. A caracterização físico-química mostrou que o bagaço de caju e um substrato viável para processo de produção da enzima celulase por apresentar condições favoráveis ao processo de fermentação com um pH acido ideal para a produção de enzimas em fermentação semi-solida com fungos (4,84 para o bagaço lavado e 3,94 para o bagaço sem lavar) e com uma fonte de carbono representada pelos açucares redutores (0,31% para o bagaço lavado e 25,53% para o bagaço sem lavar) e pela celulose (22,75% para o bagaço lavado e 21,32% para o bagaço sem lavar). O planejamento experimental mostrou que o processo fermentativo foi reprodutivo tanto para o bagaço lavado como para o sem lavar por apresentarem coeficientes de variação menores que 10% nos experimentos realizados no ponto central. A maior atividade enzimática obtida para o bagaço lavado foi de 1,173 U/g em 42 horas de fermentação quando utilizou-se 45% de umidade inicial e 1,00% de adição de fonte de nitrogênio e para o bagaço sem lavar, a maior atividade enzimática foi de 1,896 U/g em 18 horas de fermentação quando utilizou-se 55% de umidade inicial e 0,75% de adição de fonte de nitrogênio. A produtividade atingiu maiores valores quando se utilizou 55% de umidade inicial e 0,75% de adição de fonte de nitrogênio tanto para o bagaço lavado como para o bagaço sem lavar, com valores de 0,064 U/g.h e 0,105 U/g.h, respectivamente.