Uso das culturas e ressignificação das "identidades" na região do seridó norte-rio-grandense: dimensões simbólicas, artes de fazer e representações na festa de Sant'Ana de Caicó.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: MEDEIROS, Cléryston Rafaell Wanderley de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/6366
Resumo: Identifica os principais símbolos e signos utilizados pelo discurso turístico como (re)criadores de uma “identidade” Seridoense através de um estudo que tem como principal recorte temático a Festa de Sant’Ana de Caicó. Faz uma problematização historicamente fundamentada acerca do processo de formação dos espaços na região do Seridó norte-rio-grandense tomando como recorte espacial a cidade de Caicó, “capital” do recém criado Polo Turístico do Seridó. Utiliza os métodos “pesquisa exploratória” em fontes bibliográficas para a construção de uma discussão teórica baseada em autores da antropologia, das ciências sociais e da história cultural. Busca compreender a “lógica” espacial criada como forma de evidenciação dos lugares, dos sistemas de significação cultural e das identidades seridoenses pelo turismo regional e entender como se deu a formação discursiva e sócio cultural dos lugares e não-lugares criados pelo/para o setor de atividades em questão. Como principais conclusões, estão as ideias de que esta reorganização do espaço seridoense ocorre por série de estratégias que ressignificam a cultura local, introduzindo novas referências identitárias, desta feita moldadas por influências externas, por fluxos de pessoas em constante transito. Percebe-se que estas novas referências baseiam-se em um mercado turístico inter-regional, em estratégias de marketing e venda do destino, em fluxos globais de pessoas, em uma cultura global. Com a transformação das identidades e dos referenciais culturais evidenciam-se fenômenos bastante peculiares. Em primeiro lugar, a noção de espaço também se transfigura, provocando mudanças importantes nos lugares. Em segundo lugar, a própria noção de território segue o mesmo padrão. Identifica-se que atividade turística na região do Seridó, cria um movimento ambíguo e irreversível, no qual ao mesmo tempo em que se transmutam as culturas, as identidades e os lugares, se atribui, pelas pressões do turismo, uma representação imagética estanque à estas mesmas categorias, cristalizando-as. Nesse sentido, aos olhos do mundo, também ocorre uma cristalização desta dita seridoensidade, que, na verdade, estaria em constante processo de ressignificação e de transfiguração. Por fim, discuti a noção de “identidade seridoense”, mostrando como esta foi ressignificada e, de fato, se transmutou ao longo da introdução da lógica “pós-moderna” do discurso turístico, concluindo como esta mudança de identidade transforma os espaços da região, transfigurando ambos em categorias hibridas.