O uso de gênero multimodal para didatização: proposta para leitura de catálogo de produtos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: RODRIGUES, Renalle Ramos.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/7827
Resumo: O uso de gêneros textuais nas práticas docentes tem se constituído uma alternativa eficaz para o trabalho didático e sua aproximação com a realidade dos alunos, como é o caso de alunos que leem e distribuem catálogos em sala de aula, sem que estes sejam objeto de ensino. Esse contexto motivou a questão de pesquisa que resultou nesta dissertação e que indagou sobre estratégias sociocognitivas e textuais que viabilizam o letramento visual necessário para a leitura de catálogos de produtos. O objetivo geral foi analisar a contribuição de tais estratégias para o letramento visual de alunos de Ensino Fundamental. Para o alcance desse objetivo foram selecionados os seguintes objetivos específicos:1) descrever exemplares do gênero catálogo de produtos; 2) construir um modelo didático para a leitura do gênero Catálogo de produtos; 3) propor uma sequência de atividades de leitura possível de ser aplicada no nível de escolaridade em referência. O referencial teórico que fundamentou a pesquisa está constituído de dois campos. O primeiro é o da linguagem, constituído pelas contribuições dos estudos sobre multimodalidade (CANI e COSCARELII, 2016) sobre letramento visual (VIEIRA, 2007) sobre modelo de descrição do gênero orientado para análise dos textos verbais (BRONCKART,1999;2008) e o modelo de análise de estruturas visuais (KRESS e VAN LEEWEN, 1996). O segundo campo teórico é o da didática de línguas,mais particularmente da engenharia didática representado pelos estudos que defendem a didatização de gêneros como um processo que envolve o conceito de modelo didático de gênero, que reúne as dimensões ensináveis do gênero (CRISTÓVÃO,2010; CARNIN e ALMEIDA, 2015) como pre-requisito para orientar a construção de atividades didáticas para aplicação em sala. A pesquisa, de natureza bibliográfica e documental (GIL,2000), adotou como procedimentos de coleta de dados, respectivamente, a seleção de referências científicas da área de estudo,bem como a seleção de catálogos de produtos cosméticos publicados no ano de 2016. Em relação ao primeiro e segundo objetivos, os resultados da pesquisa mostram que a construção de um modelo didático do catálogo de produtos exige a junção do modelo de descrição dos textos verbais com um modelo de descrição de estruturas visuais. Sob esse aspecto, os exemplares analisados mostram que no plano verbal esse gênero apresenta poucas sequências textuais, sendo a sequência injuntiva a prototípica, com frases curtas centradas em formas verbais imperativas; segue-se a sequência descritiva, sempre reduzida a expressões nominais caracterizando os itens à venda e seus efeitos no destinatário, público-consumidor. Em ambos os tipos de sequência registra-se a presença do discurso interativo, marca do envolvimento com o leitor,consumidor-alvo. No plano das estruturas visuais, registra-se a presença acentuada da comparação entre o dado e o novo; entre o todo e as partes, para induzir o leitor–alvo ao consumo do produto anunciado. Em relação ao segundo objetivo, o estudo mostra, em caráter exploratório, que a elaboração de atividades didáticas exige que o professor construa roteiros de leitura que contemplem os elementos considerados ensináveis do gênero, sempre acompanhados da criticidade subjacente à compreensão necessária ao leitor / consumidor consciente das estratégias utilizadas na produção do gênero em questão, habilidade que pode ser transferida para a leitura de outros gêneros textuais da mesma ou de outras esferas discursivas.