Tessituras da liberdade. A (re) construção das teias relacionais dos adolescentes privados de liberdade no Centro Educacional do Adolescente (CEA-PB).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: SOUZA, Alessa Cristina Pereira de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/6226
Resumo: Esta tese tem como objetivo compreender os processos de construção de vínculos sociais a partir das respostas e das estratégias de (sobre) vivência que permeiam as sociabilidades dos distintos grupos de indivíduos que se encontram cumprindo medida socioeducativa de privação de liberdade no CEA – Centro Educacional do Adolescente, localizado na cidade de João Pessoa, PB. O marco teórico que dá subsídios para a realização desse estudo consiste nas contribuições teóricas de Foucault sobre as “instituições austeras” ou “instituições disciplinares”, em diálogo com as reflexões de Goffman no tocante as “instituições totais” e as interações vivenciadas por indivíduos estigmatizados, bem como as análises de Bourdieu a respeito das distinções na sociedade contemporânea. A pesquisa foi realizada através de um trabalho de campo no CEA. Nesta, foram realizadas observações espontânea e participante, além de coleta de dados documentais e da realização de entrevistas semiestruturadas com adolescentes e funcionários. A análise qualitativa das entrevistas buscou assimilar os aspectos objetivos e os aspectos subjetivos que permeiam as formas de sociabilidade dos adolescentes internos. Para entender a ‘dimensão estrutural’ sob a qual essas sociabilidades são delineadas o CEA foi analisado como um campo, no interior do qual os indivíduos estão situados em posições desiguais e participam de relações de poder específicas, através de vários marcadores, alguns deles, estigmatizantes. A subjetividade inerente ao modo como os adolescentes interpretam sua condição e assumem identidades nesse contexto foi buscada através do ordenamento dos elementos valorizados por cada um deles para pensar a sua trajetória de vida e planejar o futuro. Conclui-se que no CEA, a experiência da internação, como cumprimento de medida socioeducativa, ultrapassa os processos de “mortificação e/ou disciplinarização” do eu, discutidos por Goffman (1999) e Foucault (1996). Ou seja, o processo de internação dos adolescentes nesta instituição caracteriza-se como uma fase onde se tecem estratégias de sobrevivências a partir das tramas relacionais instituídas, que perpassam o tempo/espaço da internação.