Bioacumulação de cianotoxinas em hortaliças irrigadas com águas eutrofizadas de reservatórios superficiais do semiárido.
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/33221 |
Resumo: | A eutrofização de reservatórios favorece o surgimento de cianobactérias e cianotoxinas em suas águas, que comumente são empregadas na irrigação de culturas agrícolas. Isso tem gerado preocupação, devido ao potencial de bioacumulação de cianotoxinas em hortaliças destinadas ao consumo humano. Nesse cenário, o objetivo deste trabalho foi avaliar a bioacumulação de cianotoxinas em hortaliças irrigadas com águas eutrofizadas de reservatórios superficiais do semiárido brasileiro. O trabalho foi dividido em três capítulos. O Capítulo I foi centrado na introdução do tema, na justificativa do trabalho e na revisão bibliográfica, onde se verificou a necessidade e a importância da realização de pesquisas acerca da problemática trabalhada. No Capítulo II, o foco foi estudar a bioacumulação de microcistinas (MCs), cilindrospermopsina (CYN) e saxitoxina (STX) em hortaliças irrigadas com águas do reservatório Epitácio Pessoa, importante manancial do Estado da Paraíba. As análises de cianotoxinas foram executadas através do método ELISA. Constatou-se que, no ponto de captação para irrigação, a água do reservatório Epitácio Pessoa estava eutrofizada e continha MCs, CYN e STX. As MCs apresentaram maior potencial de bioacumulação nas hortaliças estudadas e coentro e salsa demonstraram ser mais propensos ao acúmulo. Verificou-se que o método de irrigação influenciou nas concentrações de cianotoxinas em determinadas regiões da planta e que pimentões com diferentes idades não apresentaram diferença significativa na bioacumulação. Por fim, constatou-se que os consumos diários estimados (CDEs) de cianotoxinas a partir das hortaliças avaliadas foram menores que as ingestões diárias totais (IDTs) recomendadas. No Capítulo III, o foco foi avaliar a bioacumulação de MCs, CYN e STX em alface e coentro irrigados com águas eutrofizadas de um reservatório superficial da zona rural de Pocinhos, Paraíba, com ênfase na determinação de um melhor solvente, entre água e metanol, para a extração de MCs, CYN e STX dos tecidos vegetais; e nos efeitos da idade da planta e do uso de hipoclorito de sódio (NaClO) como higienizante sobre as concentrações de MCs, CYN e STX acumuladas nas hortaliças. A análise de cianotoxinas mais uma vez foi realizada pelo método ELISA. Constatou-se que a água do reservatório estudado estava eutrofizada e continha MCs, CYN e STX. Novamente as MCs apresentaram maior potencial de bioacumulação nas hortaliças estudadas e o coentro demonstrou ser mais propenso ao acúmulo. O metanol demonstrou ser o solvente mais adequado para extração de MCs, CYN e STX, a higienização com NaClO não foi eficaz na degradação destas toxinas e a idade da planta exerceu influência positiva na depuração de CYN, porém o mesmo não foi observado para MCs e STX. Por fim, constatou-se que os CDEs de MCs a partir do coentro excederam em até 3,61 vezes a IDT recomendada pela OMS, e que 70 g da alface estudada também seriam suficientes para ultrapassar a IDT de MCs. Os CDEs de CYN e STX a partir da alface e do coentro foram menores que os IDTs recomendados. De modo geral, o risco de bioacumulação de cianotoxinas em hortaliças associado à crescente eutrofização das águas de reservatórios do semiárido ficou evidente e aponta para a necessidade da implantação de parâmetros de qualidade que englobem cianotoxinas em águas de irrigação, a fim de garantir a produção de alimentos saudáveis e seguros para consumo humano e, assim, proteger a saúde pública. |