Tensões e disputas em torno da devoção “popular”: a cruz da menina em Patos (PB).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: SILVA, Leandra Bento da.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/4376
Resumo: Historicamente, as relações das devoções populares e a Igreja oficial no catolicismo brasileiro têm sido permeadas por tensões e disputas, em virtude da Igreja oficial ter como objetivo manter sua hegemonia no campo religioso. A devoção popular em muitos momentos se coloca como uma ameaça, mesmo pertencendo ao catolicismo e se apropriando de elementos da própria Igreja oficial, ela possui sua lógica e dinâmica própria, a qual o clero católico não possui controle. Neste sentido, no universo devocional de Patos (PB), na devoção a menina/santa Francisca, objetivamos apreender de maneira delimitada essa relação que se apresenta no cenário nacional e assim, realizar uma abordagem na qual privilegiaremos as vozes dos nossos interlocutores, este que em suas práticas, a partir de uma memória mítica, vem atualizando a devoção. Segundo as narrativas míticas a devoção é criada em torno de 1923, destacando-se entre os motivos que leva a população eleger Francisca santa, os milagres realizados por ela, o fato da menina ter sido brutalmente assassinada e por o casal apontado como assassino não ter sido condenado por ser apadrinhado pelo coronel da época. Estas tensões constituem a sua própria existência, a massa popular pertencente ao universo do catolicismo continua indo a missa e, sobretudo, a realizar promessas e orações frente à imagem de santa Francisca, a acender as suas velas e deixar os seus exvotos, etc. Não há uma polarização aparente e demarcada entre popular e oficial, há um jogo de distanciamentos e aproximações que confere vida e movimento ao Parque. A devoção é viva.