Riscos ocupacionais na agricultura familiar e a qualidade de vida dos agricultores do município de Sousa-PB.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Flávia Iuçara Lourenço de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar - CCTA
PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/31956
Resumo: A agricultura familiar refere-se a uma forma de organização da produção em que propriedade e trabalho estão diretamente ligados à família, a qual é a proprietária dos processos de produção e também quem executa o trabalho de manejo. Logo, o agricultor familiar está diretamente exposto a situações de riscos ocupacionais tais como radiação solar, ruído de tratores, jornadas exaustivas, entre outros. A utilização de defensivos químicos é rotineira no meio agrícola, uma tentativa perigosa de melhorar sua produtividade. Portanto, neste estudo objetiva-se analisar os riscos ocupacionais relacionados ao trabalho no campo e a perspectiva da qualidade de vida dos agricultores do Município de Sousa-PB. Dessa forma, o trabalho trata-se de um estudo de campo, descritivo exploratório com abordagem quantitativa e qualitativa, realizado no Município de Sousa, localizado no interior do Estado da Paraíba. A amostra foi composta por 100 agricultores do Município, cadastrados no sindicato dos trabalhadores rurais. A coleta de dados foi realizada em duas etapas: abordagem semiestruturada de cunho sociodemográfico e abordagem sobre a qualidade de vida dos participantes da pesquisa, através de um banco de questões semiestruturado. De acordo com os resultados encontrados quanto à caracterização sociodemográfica dos participantes, 62% eram do gênero feminino, com idade entre 41 anos ou mais de 50 anos, 40% dos participantes eram do Núcleo Habitacional I, 64% de cor parda, 76% casado, 41% com ensino fundamental incompleto, 65% com renda familiar menos de um salário mínimo. Sobreo uso de EPI, 38% trabalham na agricultura a mais de 41 anos, 96% conhece os EPI, 67% sempre usa os EPI, 75% não recebem orientação para o uso de EPI, 94% conhecem os riscos existentes do trabalho no campo, 58% caracteriza o ambiente como arriscado. Sobre quais EPI utilizam, 93% usam calça longa e camisa, em relação a ferramenta de trabalho 39,11% utilizam enxada. Quanto a ocorrência de acidente de trabalho, 53% apresentou ou apresenta algum sinal ou sintoma de doença relacionado ao trabalho, 73% não tem acesso à informação sobre os riscos existentes do trabalho no campo, 42% utilizam defensivo agrícola, e sobre o destino do recipiente 20% incineram no local de aplicação, 94% não conhece o método do tríplice lavagem, 15% relataram já ter sofrido acidente de trabalho. Com relação aos agravos a saúde, sintomas, incapacidades e atendimentos médicos, 33,59 % referiram dor lombar, 26,67% relataram incapacidades devido a dor lombar e 24% procuraram atendimento médico para tratamento da dor região lombar. Já sobre a análise da qualidade de vida Short Form 36 (SF36), esteve predominante 64,99% o domínio estado geral de saúde, seguido do aspecto dor 76,81%, considerando que as notas dos domínios variam de 0 (zero) a 100 (cem), onde o zero é a pior score e 100 é a melhor para cada domínio. A pesquisa realizada teve como intuito estimular o conhecimento dos agricultores familiares minimizando acidentes de trabalho e proporcionando maior segurança aos trabalhadores do campo, para que possa contribuir com o avanço das discussões a respeito das condições de trabalho dos agricultores, apresentando dados acerca dos riscos ocupacionais relacionados ao trabalho na agricultura familiar e a qualidade de vida dos agricultores do Município de Sousa-PB, bem como, fornecendo subsídios para a construção de políticas públicas para esse público-alvo, com foco em um novo modelo de produção e que promovam ações de educação em saúde para esses agricultores, através de palestras, cursos, treinamentos, utilizando estratégias educacionais que minimize a exposição ocupacional e consequentemente melhore a qualidade de vida dessa população.