Identidades, diferenças e tensões: um estudo sobre o campesinato em contextos sociais rurais do Sul e no Nordeste brasileiro.
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/168 |
Resumo: | Esta pesquisa ora apresentada tem como tema mais geral o estudo do campesinato em duas regiões distintas do Brasil. Buscou-se conhecer como se processam as relações sociais e identitárias entre os assentados do Assentamento Bela Vista, com seus vizinhos e demais agentes sociais não-assentados do município de Esperança, no Agreste da Paraíba, fazendo um paralelo com as relações sociais e identitárias envolvendo os assentados do Assentamento Colônia Esperança e os colonos da Linha São Roque, no município de Cascavel, no Oeste do Paraná. Para tanto, num primeiro momento, discutiu-se sobre campesinato e identidades, em seguida os processos sóciohistóricos mais amplos, e em um segundo momento, buscou-se ressaltar a capacidade de agência e resistência dos que lutam pela terra e para continuar nela, ao operarem com a dialética entre a moral camponesa e as escolhas futuras, entre os iguais e os desiguais, entre coletivos e individuais, entre identidades e diferenças estabelecidas com os “outros” e entre eles mesmos. Em síntese, o estudo teve como objetivo principal compreender o processo de construção de identidades sociais e as relações que se estabelecem entre os assentados, com os seus diversos “outros”. As hipóteses iniciais deram conta de que as identidades de colonos e assentados, construídas historicamente, são as chaves para o entendimento das relações sociais e identitárias do presente no Sul do país. No Agreste paraibano a identidade sociopolítica dos assentados, está atrelada às relações de patronagem e dependência de um passado recente, com suas continuidades e rupturas no presente. Mesmo entre distintas regiões, existem aproximações entre os contextos sociais a que estão referidos os distintos camponeses, capazes de resistir e agir em meio a limites, possibilidades e nas relações com seus diversos “outros”. O caminho metodológico conjugou a observação participante, entrevistas orais e o diário de campo. Nos dois casos de assentamentos estudados, por meio do recurso à memória, foi possível analisar as identidades reconstruídas e (re) significadas de acordo com as “lutas” do presente. Os assentamentos rurais foram aqui entendidos enquanto espaços sociais e simbólicos que geram novas dinâmicas, alterando os territórios e suas teias de relações sociais. Entre os resultados obtidos, destacam-se o conhecimento das diferenças dos dois campesinatos específicos no tocante as suas lutas, conquistas, projetos, realizações diversas, nas formas de acessar e usar a terra, no acesso às políticas públicas, nas dificuldades enfrentadas para a reprodução social e na construção social das suas identidades e diferenças. Apesar de partilharem uma identidade camponesa mais geral, com referências aos valores morais e sociais (terra, trabalho, família e autonomia), esta se concretiza de maneira diversa e com referência às especificidades dos contextos locais de interação onde se desenrolam os jogos sociais. |