Processo de desintoxicação da torta de mamona destinada à ração animal: secagem e simulação.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: SOUSA, Marcondes Barreto de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Ciências e Tecnologia - CCT
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PROCESSOS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/239
Resumo: A torta de mamona é o principal subproduto da cadeia produtiva da mamona, produzida a partir da extração do óleo das suas sementes. Em todo o mundo, seu uso predominante tem sido como adubo orgânico, apesar do seu elevado teor de proteínas. A torta é produzida na proporção aproximada de 1,2 tonelada para cada tonelada de óleo extraída. A elevada produção de biocombustíveis a partir das sementes de mamona ocasionará um aumento na produção da torta, a qual, apesar do alto valor nutritivo, não pode ser empregada para o consumo animal por possuir proteínas tóxicas (ricina) e alergênicas (albumina 2S). O objetivo deste trabalho foi estudar métodos de desintoxicação e secagem da torta de mamona para que seja possível seu aproveitamento como ração para animais. A caracterização e a composição química, físico-química e física da torta “in natura” foram constituídas pelas análises dos teores de água, óleo, proteína bruta, carboidratos, ricina, pH, acidez titulável, cinzas, fibras, valor calórico e calor específico. A umidade de equilíbrio da torta de mamona foi determinada pelo método estático, em soluções de sais e água destilada, para uma faixa de umidade relativa de 10, 30, 50,70 e 90%, nas temperaturas de 15, 25, 35 e 45°C. As amostras da torta de mamona foram colocadas dentro de recipientes herméticos contendo soluções de sais, em câmara com temperatura controlada, até atingir o equilíbrio. Para o ajuste das isotermas de sorção da torta de mamona foram utilizados os modelos de Halsey, Henderson modificado por Thompson, Oswin e Cavalcanti Mata, e os dados experimentais submetidos a uma análise de regressão não linear, utilizando-se programa computacional Statistica7.0. Exceto o modelo de Oswin, os demais descreveram suficientemente o comportamento das isotermas de umidade de equilíbrio para as umidades relativas e temperaturas estudadas, com valores dos coeficientes de determinação (R2) superiores a 99% e desvios percentuais médios (P) inferiores a 10%. Constatou-se que a umidade de equilíbrio higroscópico é diretamente proporcional à atividade de água e decresce com o aumento de temperatura, para um mesmo valor de atividade de água. O processo de desintoxicação da torta de mamona foi feito à base de hidróxido de cálcio Ca(OH)2, em solução aquosa, nas concentrações de 1, 2, 3, 4 e 5%. A secagem da torta de mamona foi feita nas temperaturas de 50, 60, 70, 80 e 90°C, em um secador de leito fixo, em camadas fina, com ajustes satisfatórios dos modelos matemáticos de Henderson, Page, Midilli e Cavalcanti Mata. A secagem em camada espessa ocorreu nas temperaturas de 50, 70 e 90°C, nas concentrações de 1, 3 e 5% e as xix isotermas ajustadas pelo modelo de Thompson, apresentando coeficiente de determinação superior a 99%. Após tratamento e secagem, foi realizada a quantificação da torta de mamona referente aos parâmetros químicos e físico-químicos, constando-se alterações dos teores de pH e acidez, causadas pelo aumento da concentração; quanto ao teor de ricina, verificou-se que quanto maior a concentração de hidróxido de cálcio presente no tratamento e a temperatura de secagem, maior foi sua remoção, atingindo 0% de ricina na concentração de 5% e temperatura de secagem de 90°C, podendo, portanto, ser utilizada na alimentação de animais.