Estudo de caracterização e isotermas de sorção do bagaço do pseudofruto do caju, enriquecido para ração animal.
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Ciências e Tecnologia - CCT PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/10986 |
Resumo: | Varias alternativas são propostas para reduzir o impacto das condições climáticas adversas na alimentação de ruminantes, dentre as quais se destaca o uso de resíduos e subprodutos da agricultura e da industria alimentícia, uma alternativa de grande potencial, pois consiste no aproveitamento de materiais hoje desperdiçados. Um aproveitamento racional e eficiente desses resíduos como substrato para a produção de proteínas microbianas poderá dar resultados satisfatórios na produção de rações, contribuindo também para minimizar os problemas de perdas na industrialização das frutas tropicais. A produção de proteínas microbianas usando como substrato resíduos agroindustriais pode ser realizada por meio de fermentação semi-solida que, alem de requerer baixo investimento de capital e energia, praticamente não produz rejeitos. Os materiais in natura e enriquecidos são muito delicados e por isso requerem cuidado durante a secagem, sendo fundamental o conhecimento do comportamento higroscópico do mesmo e a qualidade do produto ao longo do tempo de armazenamento. O cajueiro (Anacardium occidental L.) e uma cultura nativa do Nordeste do Brasil. Em peso, o caju e composto por 10% de castanha e 90% de pedúnculo. Destas, o pedúnculo apresenta a menor percentagem de industrialização. O aproveitamento visa, basicamente, o beneficiamento da castanha e, em menor escala o aproveitamento do pedúnculo, 15%. No processamento do pedúnculo e gerado como resíduo o bagaço, que pode ser aproveitado na alimentação animal através de enriquecimento proteico, por vias fermentativas. Para um correto armazenamento, bem como para a otimização das condições de fermentação, e necessário conhecimento sobre o equilíbrio higroscópico. O objetivo deste trabalho foi estudar o processo de secagem dos resíduos agroindustriais, do processamento do pseudofruto do caju, in natura e enriquecidos, com leveduras Saccharomyces cerevisiae visando o melhor armazenamento do produto final. O bagaço do pedúnculo de caju foi fermentado com 12% (m/m) de leveduras Saccharomyces cerevisiae a uma temperatura de 33°C utilizando um tempo de fermentação de 24h. As leveduras foram inativadas submetendo o enriquecido a uma temperatura de 60 °C durante 2 boras. As isotermas de dessorção foram obtidas nas temperaturas de 20, 30, 40 e 50 °C A umidade de equilíbrio foi determinada por gravimetria e as atividades, mediante o equipamento Novasina®. Os dados experimentais foram ajustados aos modelos de GAB e BET di e tri-paramétrico. A escolha do melhor ajuste se deu, matematicamente, em função do coeficiente de determinação (R2) e do desvio médio relative (P); e qualitativamente através da distribuição residual. Foi observado que o comportamento higroscópico do bagaço de caju in natura difere significativamente do resíduo enriquecido. O enriquecido apresenta menor afinidade pela água, provavelmente devido a presença de grupos hidrofóbicos na membrana do microrganismo, modificações na composição bem como, mudanças estruturais e físicas que acontecem durante a fermentação. A água presente no enriquecido apresentou maior atividade que no bagaço in natura indicando menores forcas de interação superficial. O bagaço de caju in natura apresentou teores nutricionais baixos que são melhorados com o processo de fermentação semi-solida, observa-se aumento em quase todos os parâmetros nutricionais. A equação de GAB foi a que melhor se ajustou aos dados das isotermas de dessorção do caju, in natura e enriquecido. Observando que, quanto maior a presença de proteínas na formulação do bagaço de caju, menor a necessidade de energia para se remover água do produto, através da capacidade hidrofóbica de algumas proteínas e que apos o processo de enriquecimento, alem de estarem com maior quantidade ainda estão mais estáveis pela proximidade do ponto isoelétrico destas, apos o processo de fermentação. Observa-se que ambos os materiais, atingem umidade de equilíbrio (bs) a aproximadamente 300 minutos. O enriquecido tem maior taxa de secagem que o in natura A difusividade do bagaço in natura (-1,83 xlO m /min) e maior que a encontrada no enriquecido (-1,46 x 10"* m2/min). Todos os modelos empíricos aplicados a ambos os materiais ajustaram-se bem aos dados experimentais, com valores de R2 acima de 0,9, e podem ser utilizados na predição da razão de umidade em função do tempo. O modelo de Page, foi o que melhor se ajustou aos dados experimentais de ambos os materiais e apresentou menores desvios percentuais médios. |