Utilização de resíduos das indústrias de cerâmicas e de calçados na elaboração de materiais e produtos à base de cimento portland reforçados com fibras de sisal.
Ano de defesa: | 2004 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Ciências e Tecnologia - CCT PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PROCESSOS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2660 |
Resumo: | A geração de resíduos na produção industrial aumenta com o crescimento desse setor. Estes resíduos nem sempre são tratados de forma correta, trazendo consequências nocivas ao meio ambiente. A reutilização ou recuperação dos resíduos industriais além de ajudar nas questões sanitárias e na preservação das reservas naturais de matérias-primas, pode reduzir custos, proporcionando bons resultados para as empresas envolvidas e para a sociedade em geral A construção civil tem grande potencial de absorver estes resíduos. Isto se justifica pela necessidade de redução dos custos e pela grande variedade de matéria-prima e produtos aplicados nas obras. Esta tese estuda o desenvolvimento e comportamento de compósitos à base de cimento Portland reforçados com fibras de sisal, com aproveitamento de resíduos das indústrias de blocos cerâmicos e de calçados. Primeiramente, foram desenvolvidos compósitos com fins estruturais. Foram idealizadas várias misturas com e sem reforço de fibras de sisal. No intuito de reduzir a alcalinidade da matriz cimentícia e aumentar a durabilidade das fibras no interior dos compósitos, foi realizada a substituição parcial do cimento Portland por um material pozolânico proveniente da fina moagem de resíduos de blocos cerâmicos. Também foram utilizadas duas formas de compactação da matriz, vibração mecânica e prensagem na moldagem. Para avaliação da durabilidade, realizaram-se ensaios para caracterização física e mecânica dos compósitos em duas condições de exposição: amostras submetidas ao intemperismo natural e amostras abrigadas em laboratório. Em seguida, foi desenvolvido um modelo de telha capa-canal que dispensa o uso de caibros e ripas, utilizando-se algumas das misturas dos compósitos estruturais estudados. Foram realizados ensaios físicos e mecânicos para avaliação da durabilidade de telhas abrigadas em laboratório e expostas ao intemperismo natural sobre um modelo em uma situação de uso em escala real. Determinaram-se as características físicas e mecânicas ao longo do tempo em amostras recortadas das telhas. Analisou-se também o comportamento térmico em modelos reduzidos expostos à radiação solar e monitorados eletronicamente. Finalmente, foram desenvolvidos compósitos cimentícios leves sem a presença de areia, utilizando resíduos da indústria de calçados como agregados miúdos leves. As misturas foram preparadas com e sem o resíduo moído de blocos cerâmicos e utilizando-se fibras de sisal em uma das misturas. Foram realizados ensaios físicos e mecânicos para avaliação da durabilidade sob diferentes condições de exposição. Também foi desenvolvido um ensaio de comportamento térmico em uma estufa, simulando um revestimento de parede. Esses estudos demonstraram as potencialidades do aproveitamento desses resíduos industriais locais, abundantes, de alto valor agregado, e que são tratados como entulho e lançados no meio-ambiente. Os compósitos produzidos apresentaram propriedades físicas e mecânicas que atenderam à maioria das normas que tratam do assunto. A utilização das fibras nos compósitos cimentícios apresentou vantagens nas primeiras idades de cura, evitando a ruptura frágil e absorvendo pequenos impactos existentes durante o manuseio, transporte e instalação de produtos. Os compósitos produzidos também apresentaram um melhor comportamento térmico que as matrizes de referência. |