Variante linguística e identidade regional: das redes sociais à sala de aula do Ensino Fundamental.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: MÉLO, Iraneide Maria de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Formação de Professores - CFP
PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS EM REDE PROFLETRAS (UFRN)
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/226
Resumo: O presente trabalho traz uma abordagem teórica sobre o variacionismo do Português Brasileiro (PB), e das variantes sociais estigmatizadas, com ênfase à regional nordestina, como também uma discussão em relação à função do novo professor de Português frente à indicação dos PCNs (1998), no que concerne à valorização da identidade linguística, com focalização nas competências comunicativas do sujeito e a diversidade linguística, como também o uso do texto, não para abordar a Gramática, mas para refletir sobre a Língua e as linguagens (BAGNO, 2002). Mostrar-se-á também que páginas do Facebook podem ser instrumento de análises linguísticas nas aulas de Língua Portuguesa. Com efeito, a fanpage do “Bode Gaiato” foi utilizada para tal intento numa experiência com sequência didática (SD) aplicável em turmas do ensino Fundamental. Para tanto, utilizou-se aqui, como base teórica, textos de Bagno (2002, 2004, 1999), Bortoni-Ricardo (2004, 2013), Mattos e Silva (2004, 2013), assim como de outros. Intencionou-se, para ter esses resultados, abordar, através de posts do ‘Bode Gaiato’ (fanpage do Facebook), o variacionismo da nossa língua, em todos os seus aspectos, assim como trabalhar com a valorização da identidade linguística do aluno, desmistificando o preconceito das nossas variantes estigmatizadas, tudo isso com a utilização de uma SD elaborada e possibilitada pelo trabalho com análises linguísticas de postagens desta fanpage, onde se pôde perceber a viabilidade lúdica que o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação pode proporcionar às aulas de Língua Materna. Com a execução dessa proposta, foi possível refletir sobre a variante nordestina, assim como uma pequena abordagem de outras, quando aplicados os módulos sequenciais que trabalham, através dos textos da fanpage em questão, aspectos fonéticos, mórficos, semânticos e culturais destes textos. Também se pôde compreender que o uso de SDs para trabalhar conteúdos através da análise linguística de textos é uma prática proveitosa de utilizar meios virtuais. Concluiu-se, então, com essa investigação, que ‘os gêneros’ do Facebook podem ser utilizados na abordagem de seus aspectos linguísticos no concernente às marcas fonético-estruturais e semânticas, desmistificando o preconceito em relação às variantes estigmatizadas. Nos ‘posts’ do “Bode Gaiato” são encontradas todas essas marcas da variedade regional nordestina, assim como signos não verbais (imagens) que complementam o reflexo dessa variante do PB. Para finalizar, posso dizer que o trabalho com as características linguístico-textual dessa página, por meio da utilização de dispositivos móveis (no Facebook), em sala de aula, possibilita ao professor abordar as variantes linguísticas do nosso idioma, conscientizando o aluno da sua identidade linguística, assim como é possível desconstruir a ideia de ‘certo ou errado’ e levar o aluno a refletir sobre a Língua, entendendo que existem adequações de usos sociais para a linguagem e que se apoderar da propriedade de uso das variantes é dispor de um passaporte à igualdade de direitos e à cidadania.