Letramentos digitais: um estudo com a mediação do smartphone no estágio supervisionado de língua inglesa no ensino médio.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: BARROS, Walter Vieira.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/6854
Resumo: A constante busca de diálogo com o mundo atual traz para a educação desafios que nem sempre são alcançados (MENEZES DE SOUZA, 2011a). Diante da necessidade de se acompanhar a configuração social e da pressão de “tecnologizar” a aprendizagem, o governo federal, em conjunto com os governos estaduais, tem investido no fornecimento das ferramentas necessárias para a atualização do sistema escolar (MATTOS, 2015b). No entanto, a aprovação de leis como a de nº 8.949 de 03 de novembro de 2009 do estado da Paraíba, que proíbe o uso de telefone celular dentro das salas de aulas nas escolas da rede pública estadual, sugere que essa tentativa de atualização do sistema escolar público por meio da mera inserção de tecnologias digitais parece contraditória. Isso porque, ao mesmo tempo que se tenta promover a inclusão digital nas escolas, proíbe-se o uso das tecnologias digitais que já fazem parte do cotidiano escolar: os smartphones, por exemplo. Considerando o contexto descrito e fundamentando-se na corrente teórica dos letramentos digitais, que aborda as tecnologias digitais em uma perspectiva sociocultural, defendendo inovações educacionais e não apenas tecnológicas (LANKSHEAR; KNOBEL, 2006, 2008; NASCIMENTO, 2014a), esta pesquisa busca responder à seguinte pergunta: como os licenciandos em Letras – Língua Inglesa fazem usos do smartphone em práticas orientadas pela perspectiva dos letramentos digitais no contexto de estágio supervisionado do 3.º ano do Ensino Médio? Assim, temos como objetivo geral analisar as contribuições pedagógicas dos usos do smartphone nas práticas orientadas pela perspectiva dos letramentos digitais realizadas por licenciandos em Letras – Língua Inglesa no contexto de estágio supervisionado do 3.º ano do Ensino Médio. Como objetivos específicos, configuram-se: a) verificar as concepções de letramentos digitais subjacentes às práticas realizadas pelos licenciandos com o smartphone no contexto investigado; b) identificar as concepções de formação docente subjacentes às referidas práticas e concepções de letramentos digitais; e c) avaliar os processos identitários desses licenciandos diante das práticas com o smartphone nas aulas do estágio supervisionado. Para o desenvolvimento dessa investigação, realizamos uma pesquisa qualitativa de base etnográfica (ANDRÉ, 2005; MOREIRA; CALEFFE, 2008) com dez graduandos em Letras – Língua Inglesa da Universidade Federal de Campina Grande matriculados no componente curricular Estágio de Língua Inglesa: 3.º ano do Ensino Médio, que ocorreu entre abril e agosto de 2018. Como objeto de análise, utilizamos notas de campo geradas pela observação participante do pesquisador nas aulas do componente curricular mencionado e no campo de estágio dos licenciandos, capturas de tela de grupos do WhatsApp, planos de aula e relatos de experiência elaborados em duplas pelos estagiários. Na análise, foi possível perceber uma concepção de letramento digital que se legitima pela mera inserção do smartphone em práticas convencionais e outra que se aproxima da noção de espaço de construção e negociação de sentidos. Além disso, identificamos uma forte concepção de formação enquanto instrumentalização técnica em relação ao uso das tecnologias digitais, visto que o receio frente às incertezas acerca das práticas com o smartphone direcionavam os graduandos a solicitarem modelos ou modos de uso que pudessem ser aplicados no campo de estágio. Com isso, percebe-se a importância e a necessidade de continuarmos investindo na formação docente voltada para a construção de identidades abertas às incertezas (GIMENEZ, 2011; MORAN, 2000), fundamentada nos letramentos digitais, para que se possa desenvolver inovações de caráter educacional e não apenas tecnológico.