Rendimento e qualidade do melão em função do nível e da época de aplicação de águas salinas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: PORTO FILHO, Francisco de Queiroz.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2790
Resumo: No Brasil, o Estado do Rio Grande do Norte é o maior produtor de melão para exportação, com cultivo, na Chapada do Apodi, onde se localiza a maioria das plantações, e os produtores utilizam águas de diferentes níveis de salinidade. Sabe-se que a salinidade da água de irrigação pode afetar o rendimento das culturas tanto devido ao nível e/ou ao tempo de aplicação. Desenvolveu-se esta pesquisa com o objetivo de se estudar os efeitos no solo e no crescimento, rendimento e qualidade do melão amarelo, cv. AF646, em virtude da aplicação de águas de diferentes salinidades na irrigação, durante todo o ciclo e de forma incremental, ao se substituir águas menos salinas por de maior salinidade, em três diferentes períodos de desenvolvimento da cultura. O trabalho foi desenvolvido em dois experimentos realizados no mesmo local, nos anos de 2001 e 2002, em um Latossolo Vermelho Eutrófico argjssólico textura média, na Fazenda Santa Júlia (latitude 5o 02' 0,02" S, longitude 37° 22" 33,6" WGr.), no município de Mossoró, RN, Brasil. Utilizaramse águas com os seguintes níveis de salinidade: Si = 0,6; S2 = 1,9; S3 = 3,2 e S4 = 4,5 dS m". A água Si foi proveniente de poço do aqüífero Arenito Açu; S3 de poço do aqüífero Calcário Jandaíra,; S2, pela mistura de Si com S3 e S4 pela adição de NaCl a S3. Essas águas, usadas sem variar durante todo o ciclo da cultura, corresponderam aos tratamentos Ti a T4 e, pela indução por época, de águas mais salinas superiores a Si (S2, S3 ou S4), S2 (S3 ou S4) ou S3 (S4); a partir de 30 e 50 dias após semeadura (DAS) foram compostos mais 11 tratamentos, totalizando 15. O delineamento estatístico adotado foi em blocos inteiramente casualizados, com quatro repetições, totalizando 60 parcelas de 36 m2 As irrigações foram diárias, usando-se sistema de gotejamento; as lâminas necessárias para suprir a evapotranspiração da cultura mais 0,10 de fração de lixiviação, foram baseadas em Ti para tomar o solo na capacidade de campo até uma profundidade de 0,45 m. As lâminas totais de irrigação utilizadas nos Experimentos I e II foram de, respectivamente, 344 e 311 mm. A colheita foi realizada em três épocas, a intervalos de três dias, tendo início e final, respectivamente, nos 64 e 70 DAS no Experimento I, e de 62 e 68 DAS no Experimento II. Durante o ciclo da cultura no índice de área foliar (IAF) predominou resposta cúbica da salinidade da água (Si a S4) nos dois experimentos; na fitomassa seca da parte aérea (FSPA) a resposta foi quadrática no Experimento I, enquanto no Experimento II predominou a cúbica; na razão de área foliar da parte aérea (RAFPA) o efeito foi linear decrescente nos dois experimentos e, na área foliar específica (AFE) embora os modelos ajustados para cada um dos experimentos tenham sido diferentes, todos eles apresentaram menores valores no final do ciclo. Na análise conjunta dos dois experimentos, por época de incremento dos níveis salinos, aos 30 e 50 DAS, nas características IAF, FSPA, AFE e RAFPA verificou-se, em todas elas (15 tratamentos), que a indução de águas com salinidade mais elevada não diferiu do uso ininterrupto das águas menos salinas, tanto aos 50 DAS como no final do ciclo. Os níveis salinos da água de irrigação e o tempo de exposição da cultura ao estresse salino afetaram a produção de frutos do meloeiro; quanto maior o tempo e a salinidade, menor a produtividade do melão. Quanto mais tarde ocorreu o incremento da salinidade da água, maior foi a tendência de não haver efeito significativo desse acréscimo no teor de sais sobre a produção de frutos da cultura O custo de água de irrigação foi mais elevado no tratamento de menor nível de salinidade, no entanto, apresentou o maior lucro. Os níveis e as épocas de aplicação de águas salinas não proporcionaram efeitos significativos na qualidade de produção no dia da colheita, e à 35 dias pós-colheita na firmeza de polpa, teor de sólidos solúveis totais, pH e perda de peso de frutos do melão cv. AF646; já a condutividade elétrica do suco do fruto aumentou linearmente e de forma quadrática, devido aos níveis de salinidade, apenas no dia da colheita. Os tratamentos sem mudança de água com o tempo (Ti a T4) apresentaram, em ambos os experimentos, maior acúmulo de sais na camada superior do solo, com maior salinidade média no perfil, onde se utilizou água mais salina Na evolução da salinidade média do solo e ao longo do ciclo da cultura verificou-se nos dois experimentos, que a resposta relativa apenas aos níveis de salinidade da água de irrigação e nos incrementos aos 30 DAS, a salinidade do solo aumentou até os 50 DAS e depois diminuiu para o final do ciclo; nos incrementos aos 50 DAS a vocação foi de elevação; em todos os casos, quando se usaram águas mais salinas, a salinidade média do solo apresentou-se mais elevada, com algumas exceções. Os perfis transversais de salinidade do solo aumentaram nos dois experimentos, durante o ciclo da cultura, aprofundando-se com o tempo, sendo sempre superior na camada superficial, a um raio de 0,20 m do gotejador, principalmente onde se situava a planta. Os valores de salinidade no perfil foram proporcionais à CE da água de irrigação utilizada O pH da pasta de saturação do solo aumentou do primeiro para o segundo experimento, sobretudo em profundidade, mas ficando sempre com valores próximos de 7. Os níveis de salinidade da água de irrigação usados durante o ciclo da cultura, causaram efeito linear crescente na salinidade média do solo, nos dois experimentos; o Experimento I apresentou maior salinidade média do solo que o II. A salinidade média do solo causou efeito linear decrescente nas produções comercial (Pcom) e total (Ptotal), analisadas por experimento e em conjunto; o teste de igualdade entre modelos dos Experimentos I e II apresentou desigualdade na Pcom e igualdade, para Ptotal, indicando que esta última característica está melhor relacionada à salinidade do solo.