Rendimento do capim elefante (Pennisetum purpureum) irrigado com água residuária tratada.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: SANTOS, Altemar Vilar dos.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3435
Resumo: Este trabalho teve como objetivo avaliar a produtividade do capim elefante {Pennisetum parpurenm) irrigado com esgoto doméstico tratado em lagoas de estabilização. Houve ainda o monitoramento da qualidade bromatológica do capim, da qualidade físico-química do esgoto bruto, efluentes das lagoas anaeróbias e facultativas e efluente final e monitoramento das características químicas e físicas do solo. A pesquisa foi realizada no período de nov/95 a dez/96 nas dependências da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Guarabira - PB (6o 51' 18" S; 35° 29' 24" O; 98 m a.n.m.). A ETE é composta de dois módulos em paralelos de lagoas de estabilização em série (anaeróbia seguida de facultativa). O plantio do capim em solo franco arenoso, em nov/95, foi realizado numa área adjacente as lagoas, em 16 parcelas de 4 x 5 m inteiramente ao acaso, distanciadas 2 m entre si, submetidas a quatro tratamentos de irrigação com quatro repetições: irrigação com água de abastecimento sem cloro (Tl), Tl + NPK aplicado no solo (T2), com esgoto tratado + NPK aplicado no solo (T3) e com esgoto tratado (T4). A classificação da água de abastecimento para fins de irrigação foi C2-S1 e do esgoto tratado foi C3-S2. Todas as parcelas foram irrigadas individualmente com o fornecimento de 2,5 1/cova.dia nos dois períodos de estiagem (nov/95 - fev/96 e set - dez/96). Após o plantio em nov/95 foram realizados cortes em fev, jun, set e dez/96 para avaliação da produtividade do capim a intervalos médios de 98 dias após o plantio. As variáveis estudadas no capim foram produtividade (t/ha.corte), matéria seca (%), matéria mineral (%), proteína bruta (%), FDN (%) e FDA (%). No esgoto bruto, efluentes das lagoas e no efluente final foram avaliados temperatura, pH, oxigénio dissolvido, condutividade elétrica, DB05, nitrogénio amoniacal, fósforo total, ortofosfato solúvel e sólidos suspensos. No solo foram avaliados os parâmetros químicos fósforo assimilável (mg/lOOg), carbono orgânico (%) e nitrogénio total (%) e a granulometria como parâmetro físico para classificação textural. O sistema de lagoas (módulo 1 e 2) da ETE removeu 93 % de DB05, 43 % de nitrogénio amoniacal, 34 % de fósforo total e 91 % de sólidos suspensos. O efluente final da estação apresentou valor médio de 39 mg/l de DB05, 40,9 mgN/1 de nitrogénio amoniacal, 6,1 mgP/1 de fósforo total e 64 mg/l de sólidos suspensos. Apesar das concentrações elevadas de DB05, nutrientes (nitrogénio e fósforo) e sólidos suspensos para disposição em corpos aquáticos do esgoto tratado, este mostrou-se adequado para a irrigação do capim elefante nos meses de estiagem na região Nordeste. A produtividade de matéria seca acumulada nos 4 cortes do capim foi 21,85 tMS/ha em Tl, 19,32 tMS/ha em T2, 27,82 tMS/ha em T3 e 28,53 tMS/ha em T4. A contribuição para estes valores das produtividades dos 2 períodos de irrigação (Io e 4o corte) foi de 30, 37, 36 e 35 % em Tl, T2, T3 e T4, respectivamente. A produtividade de matéria seca apresentou diferença estatística a nível de 5 % entre tratamentos apenas no Io corte, com T3 diferindo de Tl e T2, mas sem nenhum tratamento diferindo de T4. Independente do corte de avaliação e dos resultados estatísticos o tratamento T4 superou os tratamentos Tl e T2 e só foi inferior a T3 no Io corte. Apesar de não terem sido observadas diferenças estatísticas entre os tratamentos no 2o, 3o e 4o corte a utilização de água residuária tratada deve ser vista como uma alternativa para atividade agrícola, pois propicia uma redução de gastos com fertilizantes e principalmente a preservação dos recursos hídricos. Além disso a água residuária tratada está disponível para o reuso durante todo ano, haja visto que as estações de tratamento de esgoto são alimentadas com esgoto gerado após o uso das águas de abastecimento doméstico e/ou industrial que é imprescindível para qualquer população urbana.