Isolamento e caracterização molecular de Leptospira sp. em animais silvestres do Semiárido da Paraíba.
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMAL UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25597 |
Resumo: | A leptospirose é uma doença bacteriana zoonótica que está entre as mais difundidas globalmente, acometendo animais domésticos, silvestres e ser humano. Essa infecção é causada por espécies patogênicas de Leptospira sp., que podem penetrar no hospedeiro por meio da pele íntegra ou lesionada, por contato direto com a urina de um animal infectado ou através da água contaminada. A ocorrência de leptospirose está ligada a fatores ambientais e a presença de animais reservatórios, sendo que para o controle da doença um passo crucial é a identificação desses hospedeiros que são fontes de infecção, os quais são responsáveis por disseminar o agente no ambiente. Uma série de estudos desenvolvidos no Semiárido do Nordeste permitem o entendimento sobre a ocorrência da leptospirose em diversas espécies de animais domésticos, no entanto existe uma lacuna sobre o conhecimento nas espécies silvestres, bem como o papel destes no ciclo de transmissão da doença. Diante disso objetivou-se investigar a ocorrência de Leptospira sp. nas espécies teiú (Tupinambis merianae) e gambá-de-orelha-branca (Didelphis albiventris) do semiárido paraibano. Para isso o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) autorizou a captura de 12 teiús e 12 gambás (protocolo Nº57190-1). Amostras de tecido do trato reprodutivo, rim, fígado e bexiga, além da urina, foram coletados para a detecção molecular (nos gambás ainda foi coletado tecido do sistema nervoso central) e tentativa de isolamento, e o soro sanguíneo para o teste sorológico. O teste molecular realizado foi a reação em cadeia da polimerase (PCR) e o sorológico foi a prova de soroaglutinação microscópica (SAM), na tentativa de isolamento foram utilizados os meios de cultura Fletcher, EMJH e EMJH enriquecido com antibióticos, além disso as amostras com amplificação de DNA foram submetidas ao sequenciamento genético. Nos teiús foram encontrados seis (50%) animais com anticorpos anti-Leptospira sp., sendo a maioria das reações para o sorogrupo Tarassovi (50%) e Pyrogenes (33,3%), o DNA leptospiral foi detectado em nove (75%) animais, e os genes de duas amostras (fígado e urina) foram sequenciados e apresentaram identidade com Leptospira interrogans. Nos gambás não foi encontrado anticorpos anti-Leptospira sp., em nenhuma das amostras sorológicas, pela PCR foi detectado o DNA leptospírico no sistema nervoso central (SNC) de cinco animais (41,7%), o gene de uma dessas amostras foi sequenciado e apresentou identidade com Leptospira interrogans. Em nenhuma das espécies houve o crescimento microbiano nos tecidos cultivados. Os resultados mostram que os Tupinambis merianae participam do ciclo epidemiológico da leptospirose no Semiárido, sendo uma fonte de infecção para os animais domésticos e os seres humanos. E a presença de Leptospira sp. no SNC de Didelphis albiventris não permite ainda caracterizar esta essa espécie como reservatório com potencial de transmissão do agente na região, no entanto representa um sítio de localização que precisa ser melhor investigado. Isso evidencia a dificuldade no controle da doença em regiões como o Nordeste brasileiro, onde existe uma diversidade de espécies silvestres, que através do contato indireto acabam disseminando o agente para outros animais. |