Florística e fitossociologia da caatinga arbórea nas ecorregiões do Estado da Paraíba.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: VASCONCELOS, Géssica dos Santos.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/22040
Resumo: A ampla extensão da região semiárida do nordeste brasileiro favorece a variação de características edafoclimáticas, que, por sua vez, determinam a diversidade da fauna e da flora do bioma Caatinga. As diferentes feições e particularidades da região foram essenciais para a sua divisão em oito ecorregiões, cujos limites geográficos são relacionados às características do clima, altitude, relevo e solos, as quais são fundamentais para o entendimento da complexidade do bioma. No Estado da Paraíba, o bioma Caatinga está presente em três ecorregiões, cujas características interferem na composição e diversidade florística. Este estudo analisou a vegetação arbórea da caatinga presente nestas 3 ecorregiões do Estado da Paraíba, correlacionando as suas espécies aos fatores edafoclimáticos (precipitação e tipos de solo) de cada ecorregião, de acordo com os dados do Inventário Florestal Nacional (IFN) realizado na Paraíba e cedidos pelo Serviço Florestal Brasileiro. A metodologia utilizada pelo IFN para coleta dos dados constou de um grid contendo conglomerados distanciados 20 km entre si, compostos cada um por quatro parcelas de 20 m x 50 m, subdivididas em 10 subparcelas de 10 m x 10 m. Estas parcelas, localizadas de acordo com as coordenadas geográficas, foram utilizadas para medição (altura e diâmetro à altura do peito – DAP) e contagem dos indivíduos arbóreos com DAP igual ou superior a 10 cm, e coleta de material fértil para a identificação taxonômica das espécies. Também foram contabilizados os indivíduos regenerantes com DAP inferior a 5 cm, em subparcelas de 5 m x 5 m, determinadas para este fim. As coordenadas geográficas utilizadas em cada ponto de coleta foram plugadas no software de geoprocessamento ArcGis, e localizadas no mapa do Estado para sobreposição dos pontos nas ecorregiões presentes na Paraíba (Depressão Sertaneja Setentrional (DSS), Depressão Sertaneja Meridional (DSM) e Planalto da Borborema (PLA). Em seguida, foram feitas as correlações destes pontos aos tipos de solos e faixas de precipitação, bem como realizados os estudos dos parâmetros fitossociológicos das comunidades vegetacionais em suas respectivas ecorregiões. A análise dos dados mostrou que dos 126 conglomerados localizados em áreas de caatinga da Paraíba, 70 foram na DSS; 11 na DSM e 45 no PLA. Foram inventariados 1303 indivíduos pertencentes a 60 espécies e 23 famílias botânicas. Os parâmetros fitossociológicos revelaram que a DSS apresenta maior riqueza, seguida pelo PLA e pela DSM, com, respectivamente, 2,94, 2,85 e 2,40 nats.ind1. A análise da correlação das faixas de precipitação e dos tipos de solo com a riqueza de espécies e com a abundância de indivíduos sugere que estes parâmetros podem ser mais influenciados pelos tipos de solos do que pelas faixas de precipitação. A Depressão Sertaneja Setentrional e o Planalto da Borborema demonstraram peculiaridades nos seus ecossistemas ao apresentarem espécies de ocorrência exclusiva. Acredita-se que, nesse estudo, a riqueza da vegetação arbórea da caatinga foi subestimada pois se baseou apenas nos indivíduos com DAP > 10 cm.