Variação espaço temporal da comunidade fitoplanctônica e de fatores ecológicos em um sistema lêntico de recente formação.

• Ano de defesa: 1998
• Autor(a) principal: MARSIGLIA , Wanda Izabel Monteiro de Lima.
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande; Brasil; Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN; PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL; UFCG
• Palavras-chave em Português: Engenharia Sanitária; Ecossistemas Aquáticos; Represa - Avaliação; Represa e Comunidade - Avaliação; Fitoplâncton - Composição Espaço-temporal; Poluição Orgânica; Represa São Salvador - Estado Trófico; Sanitary Engineering; Aquatic Ecosystems; Dam - Rating; Dam and Community - Evaluation; Phytoplankton - Spatio-temporal Composition; Organic Pollution; São Salvador Dam - Trophic State; Engenharia Civil e Ambiental
• Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/11927

Esta pesquisa teve como objetivo analisar a composição espaço-temporal do fitoplâncton e a dinâmica dos parâmetros físico-químicos, com a finalidade de encontrar indicadores locais de poluição orgânica e do estado trófico da represa São Salvador e do seu principal afluente o riacho de mesmo nome, localizados no município de Sape (7° 06'S; 35° 14'5"W) e pertencentes a bacia inferior do Rio Paraíba, na micro-região homogênea do Agreste Paraibano. Este complexo flúvio-lacustre e afetado por fontes poluidoras naturais e antrópicas (descargas de esgotos e escoamento de áreas agrícolas). Estas influencias foram estudadas nas estacoes de chuva e de estiagem através da distribuição espaço- temporal dos diferentes parâmetros. As coletas foram feitas nos primeiros 30 cm da lamina d'água em dez pontos, sendo três no riacho e sete na represa (3 no centro e 4 nas margens). A amostragem foi quinzenal, nos períodos de chuvas ( meses de fevereiro a julho) e de estiagem (setembro a dezembro/96). Foram determinados: temperatura, potencial hidrogeniônico, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, nitrogênio amoniacal, nitrato, nitrogênio kjeldahl, ortofosfato solúvel, fosforo total ,sulfato, sulfeto, alcalinidade dureza, clorofila "a" e diversidade de algas. Os parâmetros temperatura, pH, condutividade, alcalinidade e dureza mostraram padrão homogêneo em todos os pontos e ao longo do período estudado. Os teores de sulfato, sulfeto e demanda bioquímica de oxigênio (DB05) foram bem reduzidos. Entretanto. os macronutrientes (formas de fosforo e nitrogênio) apresentaram flutuações acentuadas em função dos fatores climáticos, registrando maiores concentrações na época de chuva e associados as contribuições da bacia de drenagem através do escoamento superficial. O estudo da diversidade das algas no riacho de São Salvador mostrou predominância do Phylum Bacillariophyta sendo o gênero Navicula spp o de maior frequência para os dois períodos. Houve destaque para Oscillatoria spp que predominou no grupo das cianofíceas. Na represa de São Salvador a distribuição do fitoplancton caracterizou três regiões. a primeira, próxima ao rio e mais impactada pelas atividades nas hortas, criações de animais e banhistas apresentando altos valores de nitrogênio e fosforo. Dentre as algas predominou o Phylum Bacillariophyta com os gêneros Navicula spp e Synedra spp. A segunda zona esteve localizada próxima a captatação e foi menos impactada, apresentando predominância do Phylum Cyanophyta, com maior frequência dos gêneros Anabaena spp e Oscillatoria spp; e do Phylum Bacillariophyta com frequência mais elevada de Melosira spp e Synedra spp. A terceira região ficou localizada no centro, sendo a mais protegida. Registrou maior abundancia dos gêneros Anabaena spp, Oscillatória spp (Cyanophyta) Trachelomonas spp (Euglenophyta) e Melosira spp (Bacillariopohyta). O índice de estado trófico (IET) de CARLSON (1977) mostrou variações quanto o parâmetro considerado e quanto as estacoes climáticas. O fosforo, com altos teores na época de chuva, classificou a represa como hipereutrófica e na estiagem, a redução das concentrações desta variável classificaram a represa como eutrófica. Já, quando o IET foi calculado com base na clorofila "a " a represa foi classificada como mesotrófica. A diversidade de algas mostrou-se como indicadora sensível das variações ecológicas ocorridas na represa.