Caracterização do chorume produzido no aterro da Muribeca-PE.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: PAES, Roberta Falcão de Cerqueira.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/11174
Resumo: Este trabalho teve como objetivo caracterizar o chorume produzido no Aterro da Muribeca, localizado no município de Jaboatão dos Guararapes em Pernambuco, em células com resíduos aterrados ha aproximadamente 16 anos (CI e C2) e células mais novas com resíduos aterrados a aproximadamente 4 anos (C3 e C4); em 2 pontos ao longo do aterro onde o chorume escoava a céu aberto no Riacho de Chorume (P-2 e P- 21), o qual recebia o chorume e descarregava no Rio Muribequinha, e mais três pontos: P-C, P-D e P-A - chorume concentrado, chorume diluido e chorume afluente das lagoas da Estação de Tratamento de Chorume - ETC, respectivamente. Foram utilizados dados coletados entre marco de 1996 e agosto de 2002 dos seguintes parâmetros físicos e químicos: pH, alcalinidade, sólidos voláteis totais, DBO5, DQO, cloretos e metais pesados (cadmio, chumbo, cobalto, cobre, cromo, manganês e zinco). Os parâmetros microbiológicos estudados foram coliformes fecais e totais. Para a coleta do chorume nas células, foram instalados piezômetros (poços de coleta) a partir de furos de sondagem (SPT) em diferentes profundidades (CI: 5, 15 e 18m; C2: 15m; C3 e C4: 10m). A coleta nos outros pontos (P-2, P-21, P-C, P-D e P-A) foi superficial. Os resultados foram analisados associados com a precipitação pluviométrica e foi comparado o efeito da profundidade de coleta sobre esses parâmetros, assim como o efeito da idade da célula. Analises estatísticas foram utilizadas para os parâmetros físicos e químicos das células do Aterro da Muribeca; o método matrizes de correlação foi elaborado para estabelecer o nível de significância entre esses parâmetros e a precipitação pluviométrica. O método não-paramétrico Kruskal-Wallis (SOKAL & ROLHF, 1981) foi usado para verificar se a variação dos parâmetros foi semelhante entre as diferentes células. As células mais antigas (CI e C2) apresentaram menores valores para os diferentes parâmetros (DB05: CI entre 59 e 2.673mg/1; C2 entre 469 e 6.683mg/l e DQO: CI variou entre 679 e 12.071mg/l e C2 entre 3.975 e 16.500mg/l) comparados aos das células mais recentes (C3 e C4) (DB05: C3 entre 147 e 4.552 e C4 variou entre 2.680 e 18.850mg/l; DQO: C3 entre 6.694 e 16.100mg/l e C4 entre 6.250 e 37.900mg/l), devido as primeiras estarem em um processo avançado de degradação da matéria orgânica, visto que vários parâmetros de qualidade (pH, DBOs, DQO entre outros) são influenciados pela idade dos resíduos aterrados. No geral, a medida que avança o processo de decomposição aumenta o pH ate valores médios de 8,0 e decrescem a DB05 e a DQO, sendo o quociente DBO5/DQO em torno de 0,2 para material mais estabilizado. Observaram-se também flutuações desses valores. Os pontos P-2 e P-21 (chorume efluente das células do aterro que escoam a céu aberto) apresentaram valores menores de DBO5 (P2 entre 134 e 3.316mg/l e P21 entre 22 e 1.295mg/l) e DQO (P2 entre 1.236 e 5.959mg/l e P21 entre 170 e 5.985), provavelmente devido a diluição causada pela chuva. Os pontos P-C, P-D e P-A apresentaram valores maiores que em P-2 e P-21 de pH, cloretos, cadmio, cobalto, cobre, cromo e zinco, porem menores que nos piezômetros. Como as amostras foram coletadas a céu aberto, o chorume encontrava-se mais diluído que nas células, porem em estagio de diluição menor do que no Riacho de Chorume. O teste de Kruskal-Wallis mostrou que células com mesma idade e mesma profundidade de coleta apresentaram comportamentos semelhantes para os parâmetros analisados. Já o conjunto de células com diferentes idades e profundidades de coleta não apresentaram comportamento semelhante. Nas matrizes de correlação, foi observado que, quanto maior o numero de piezômetros estudados, maior o numero de correlações significativas. O conhecimento da composição do chorume do aterro e muito importante para conhecer o grau de contaminação e prever o impacto que o mesmo pode ocasionar ao meio ambiente, alem de ser fundamental na escolha da melhor forma de tratamento.