Monitoramento da qualidade de águas de cisternas e suas consequências para a saúde da comunidade Santa Luzia, município de Picuí-PB.
Ano de defesa: | 2015 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Ciências e Tecnologia - CCT PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/263 |
Resumo: | O Semiárido Brasileiro é composto por 1.133 municípios, com área de 969.589,4 km2. Uma das suas principais características é a escassez hídrica, provocada pelas altas taxas de evapotranspiração e baixas precipitações anuais que tem resultado na busca por soluções alternativas de abastecimento, entre as quais se destaca a construção de cisternas de placas para captação e armazenamento das águas pluviais. O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) do Governo Federal é o principal responsável pela construção desses reservatórios com a finalidade de armazenar água para atendimento da demanda hídrica, no entanto, em períodos de estiagem prolongada o acesso à água de qualidade torna-se muito difícil. Este trabalho teve como objetivo monitorar a qualidade das águas consumidas e armazenadas em cisternas na comunidade Santa Luzia, município de Picuí-PB, além de investigar doenças de veiculação hídrica. As fontes de abastecimento de água foram classificadas de acordo com a Resolução CONAMA 357/2005 e nas residências foram coletadas amostras de água para fins de análises físico-químicas e bacteriológicas, comparando-se os resultados com os padrões estabelecidos na Portaria de Potabilidade 2.914/2011. Além disso, foram realizados ensaios para avaliar o transporte de substâncias - Ca2+, Al3+, Fe (total), SiO2 - da argamassa de cimento usada no revestimento de cisternas para a água. O abastecimento de água para consumo humano na comunidade é realizado através da dessalinização de água salobra, porém o sistema não atende a demanda e a população acaba utilizando fontes alternativas, as quais se mostraram inadequadas ao consumo humano. A água de usos múltiplos é proveniente do abastecimento através da operação pipa, de poços e de um pequeno manancial conhecido como ―Olho d’água‖. De acordo com a Resolução CONAMA 357/2005, a água proveniente da operação pipa e do poço comunitário enquadra-se na classe 1 de Águas Doces e Salobras, respectivamente, e a água proveniente do ―Olho d’água‖ enquadra-se apenas na classe 3 de Águas Salobras, mostrando-se inadequada aos usos da comunidade. As análises físico-químicas apontam características comuns de águas dessa região, porém, observou-se 6 amostras (20%) com concentrações de alumínio elevadas, sendo todas provenientes de cisternas, caixas d’água e tanques de cimento, assim, ressalta-se a possibilidade de liberação deste metal a partir da argamassa de cimento utilizada no revestimento desses reservatórios. Nas águas de consumo humano foram encontrados coliformes totais e Escherichia coli, além disso, exames revelam contaminação das pessoas com espécies patogênicas de parasitas intestinais; desta forma, torna-se necessária a adoção de práticas de assepsia dos recipientes e desinfecção da água a ser consumida no intuito de evitar doenças transmitidas por veiculação hídrica. Também foi comprovado neste trabalho o aparecimento de substâncias na água em contato com argamassa de cimento. Este transporte é influenciado pelo tempo em que a água fica armazenada, pelas renovações de água que podem acelerar este processo e pelas variações de pH que podem ocorrer. Das substancias analisadas o alumínio representa o maior risco, pois as concentrações são muito elevadas quando comparadas com o padrão de potabilidade e sua ingestão tem sido associada a doenças neurológicas e ósseas. |