Do oásis à miragem: uma análise da trajetória do perímetro irrigado de Sumé-PB no contexto das políticas de desenvolvimento para o Nordeste.
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2356 |
Resumo: | A ideia de fixar o homem no campo, diminuir a vulnerabilidade à seca; desenvolver a economia do sertão; diminuir as desigualdades regionais e adaptar o homem às condições do semiárido, foi se configurando a partir do final do século XIX até o presente, em narrativas difundidas com intuito de desenvolver e modernizar a economia do Nordeste, assim como, assegurar o controle das populações, especialmente aquelas situadas nas zonas áridas. As intervenções do Estado nesta região se deram através de políticas públicas, geradas a partir de disputas entre as elites (políticas e agrárias) e as classes populares, mediadas pelo saber técnico dos agentes do Estado que tinham como alvo a população "desguarnecida". Neste contexto foi criada a política de irrigação e com ela os perímetros públicos irrigados, entre estes o Perímetro Irrigado de Sumé (PIS), localizado no município de Sumé no Cariri Paraibano, locus empírico da pesquisa. O PIS, como outros perímetros irrigados, foi criado como parte de um programa de governo que visava, de um lado, examinar a viabilidade da irrigação como ""solução" para o desenvolvimento da zona semiárida, através do fomento à agricultura irrigada; de outro lado, fixar famílias agricultoras nas áreas menos desenvolvidas e criar uma classe média rural. Para isto, os técnicos do DNOCS passaram a gerir não só as atividades de produção, mas também a vida dos colonos. Entre os anos de 1970 e 1983 o PIS, após sua instalação, experimentou anos de glória, produzindo tomate e milho industrial, que era comercializado com a Indústria Peixe de Pesqueira, no Estado do Pernambuco. Após esta fase, com as mudanças ocorridas, o projeto de irrigação entrou em processo de decadência, tanto no âmbito do Estado, restringindo os investimentos, reformando instituições e incorporando novos discursos - desenvolvimento local sustentável, combate à seca, convivência com a seca, tecnologias alternativas etc - quanto no âmbito do próprio perímetro, como o despreparo das famílias irrigantes para conduzir as organizações (Cooperativa, assistência técnica), criadas pelo DNOCS para dar suporte às atividades desenvolvidas no PIS. Face a esta realidade, o objetivo deste trabalho é analisar os processos sociais que concorreram para os momentos acima mencionados, de glória e de decadência, experimentado pelo PIS, orientados pelas seguintes questões de pesquisa: qual a posição dos atores envolvidos no processo? - quem ganhou e quem perdeu com a criação destes projetos de irrigação? Como o saber técnico e o saber científico se colocam frente à questão da grande irrigação como solução hídrica e para desenvolver áreas que apresentam pouco, ou nenhum dinamismo econômico? Que mecanismos e estratégias as famílias beneficiárias do PIS têm desenvolvido para permanecerem na área. E, quais as expectativas delas em relação ao Projeto? Palavras-chave: Seca. Modernização da Agricultura por irrigação. Irrigação no semi árido Nordestino. Perímetros Irrigados por colonização. |