A caça e o uso da fauna no Agreste: um estudo etnobiológico a partir da memória dos caçadores do município de Queimadas (1940-2012).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: BARBOSA, José Aécio Alves.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/16957
Resumo: O uso da fauna vem se perpetuando ao longo da história. Em sociedades contemporâneas, animais são utilizados para vários fins. O valor utilitário da fauna tem estimulado inclusive a caça de animais silvestres. O objetivo deste trabalho foi analisar os usos passados e atuais da fauna silvestre em áreas da mesorregião Agreste do Estado da Paraíba com base em relatos orais de caçadores e moradores da área referentes a essas práticas entre os anos de 1940 e 2012. As informações foram obtidas através de entrevistas livres com técnicas de história oral, bem como com a aplicação de formulário semiestruturado. Os dados obtidos foram analisados mediante cálculo de Valor de Uso local (VU) e de Prioridade de Conservação das espécies (PC) e os relatos de vida analisados acuradamente no intuito de identificar-se elementos temáticos que corroborassem com a pesquisa. Um total de 48 entrevistados residentes na área citaram o uso de 79 espécies distribuídas em 43 famílias de vertebrados silvestres para dez finalidades distintas: Zooterapia, Etnoveterinária, Uso cosmético, Uso/Relação místico-religiosa, Criação/Domesticação, Exploração comercial, Uso/Relação ornamental, Uso Alimentar, Relações de lazer e Caça de controle. As técnicas mais frequentemente utilizadas na captura dos animais foram a caça de perseguição com arma de fogo e auxílio de cães, e a caça com armadilhas. Em relação aos relatos acerca da história da caça na área da pesquisa, foram entrevistados de modo mais abrangente oito pessoas: três caçadores, dois líderes religiosos, uma líder comunitária, uma professora e um ambientalista local. Todas essas entrevistas contribuíram para a construção de uma provável relação entre a história de cada indivíduo e sua relação com a biodiversidade faunística local. Com o presente trabalho percebeu-se que a carência de estudos em relação às formas de aproveitamento dos recursos faunísticos constitui uma barreira que dificulta o levantamento das prioridades de conservação e manejo, por impossibilitar um inventário seguro das espécies animais que sofrem maior pressão de uso, entretanto, mesmo com essa barreira constatou-se seguramente que a interação de aproveitamento e emprego existente entre homem e fauna constitui uma das mais significativas formas de aproveitamento dos recursos naturais nas áreas estudadas. Percebeu-se ainda que as características socioculturais e econômicas são indispensáveis no momento de se avaliar as implicações dessa relação que os seres humanos vivenciam com o ambiente que lhes cerca, bem como fundamentais para a elaboração de políticas públicas buscando a manutenção da biodiversidade.