Qualidade da água de irrigação e evolução da salinidade nas propriedades assistidas pelo "GAT" nos Estados do RN, PB e CE.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1992
Autor(a) principal: MEDEIROS, José Francimar de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2896
Resumo: A pequena irrigação no Nordeste do Brasil tem sido incentivada por vários proqramas governamentais. No caso do Subprograma GAT-PDCT/NE, que tinha colocado a irrigação como sendo o carro - chefe entre as tecnologias implementadas pelo mesmo, dentre as suas preocupações iniciai ser a avaliar, também, as consequências decorrentes do uso de tais tecnologias. Daí, este trabalho teve como objetivo estudar a qualidade da água de irrigação, no tempo, das diferentes fontes de água utilizadas na irrigação das propriedades assistidas pelo subprograma nos Estados do Rio Grande do Norte ( R N ), Paraíba (PB) e Ceará ( CE ) realizar um estudo de correlação entre as diferentes características químicas das águas para simplificar as análises de laboratório, além de avaliar as consequências das diferentes qualidades de água de irrigação nas propriedades químicas dos solos. 0 estudo baseou - se em resultados de análises de água coletadas mensalmente a partir do início de 1988 durante 34 meses para as fontes situadas nos estado da PB, durante 19 meses para o Estado do RN e durante 11 meses, para o Estado do CE, sendo realizadas análises químicas completas para água coletada no 1º ano e apenas a condutividade elétrica para aquelas coletadas nos anos seguintes. Em novembro de 1990, foram coletadas amostras de solo nas profundidades 0 - 20, 20 - 10 e 40 - 60 cm, tanto em áreas não irrigadas como nas parcelas irrigadas de 25 propriedades (12 no RN e 13 na PB ), dentre aquelas onde se estudou as águas utilizadas na irrigação, e foram submetidas as análises químicas completas. As análises de água e solo foram realizadas segundo procedimentos usuais recomendados por RICHARDS ( 1954 ) e EMBRAPA (1979 ). A partir desses dados foram efetuados estudo de estatística descritiva e análises de regressão. Os resultados das análises de água revelaram que a CEa das águas estudadas no ano de 1988 variou de 0,10 a 13,00 dS/m, sendo que 75% das análises ficaram na faixa de 0,25 a 1,50 d5/m e apenas 5 amostras em uma propriedade apresentaram valores superiores 5,00 dS/m. As águas dos três Estados apresentaram composição química semelhante, sendo predominantemente cloretadas e sódicas, exceto águas de baixa salinidade, que tiveram concentrações relativamente superiores de bicarbonatos. A CEa demais características químicas apresentaram variações consideráveis durante um ano de estudo, salvo o pH. Variações anuais da CE a também foram verificadas e, no caso de açude grande, observou -se variações espaciais, sendo que essas flutuações se relacionaram com a distribuição e quantidade de chuva. Conforme classificação de RiCHARDS (1954 ), as águas utilizadas para irrigação nas propriedades assistidas pelo GAT tem salinidade alta a muito alta em aproximadamente 2/3 das fontes, enquanto só apresentam riscos de sódio em 8% delas. Por outro lado, a classificação de AYERS & WESTC0T (1985) mostrou que aproximadamente 2/3 das áquas tem ligeira a moderada restrição de uso quanto a salinidade, infiltração e toxicidades de Na e CL, tendo algumas fontes restrições severas, sendo que quanto a toxidez de cloreto, os Estados do RN e CE têm mais de 25% de suas fontes . O estudo de análise de regressão revelou que a CEa pode ser utilizada para estimar a SCAT, RES, Cl , Na, Ca+Mq, Ca e RAS, como também a RAS pode ser estimada a partir da RAS, com boa precisão . Em todas as propriedades estudas (25),com exceção de uma que já apresentava solo fortemente sodificado antes de ser irrigado, verificou -se um aumento da CEes e da PST do solo em relação as análises iniciais ( área não irrigada ), no entanto, em apenas 5 parcelas de 31 a mostradas nestas propriedades constatou -se problema de carácter salino e/ou sódico. Verificou - se ainda que em parcelas que ainda estavam sob irrigação a CEes variou de 0,6 a 3,4 vezes a CEa, sendo que na maioria destas, a relação ficou entre 0,8 e 1,2. Por outro lado, observou - se relação somente correlata entre RAS da água de irrigação e PST do solo, entretanto, a relação entre RST e RAS do extrato de saturação apresentou r2 alto somente para a camada superficial (0-20 cm), evidenciando que o solo em toda zona radicular ainda não tinha alcançado o equilíbrio com a água.