Os camponeses e a busca da autonomia possível: estratégias de sobrevivência e resistência na implantação de projetos de irrigação no Estado de Sergipe.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1990
Autor(a) principal: MOTA, Dalva Maria da.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/4024
Resumo: O objetivo desta dissertação é analisar as estratégias de sobrevivência e resistência de camponeses em duas comunidades rurais do estado de Sergipe, envolvidos num projeto de modernização agrícola desenvolvido pelo Governo do estado na região do semi-árido. Essas estratégias visam à reprodução da unidade de produção e consumo e permitem uma certa margem de “autonomia” a nível do processo imediato de produção, ao lado do aumento da subordinação que a modernização lhes impôs nas últimas décadas. A modernização repercute diferentemente em cada comunidade, segundo as condições de controle e uso da terra que prevalecem, garantindo maior “autonomia”, em relação às diretrizes do projeto modernizador, aos produtores que são proprietários da terra que cultivam e, menor “autonomia”, aos que são assentados. Como demonstrado, a ação modernizadora causa mudanças no interior da organização da produção. Entretanto, as respostas dadas às mudanças dependem das características da unidade familiar, das possibilidades de organização política dos camponeses e da intensidade da ação do estado, o que contribui para um movimento de avanços e recuos das partes envolvidas, durante o desenvolvimento do projeto. Assim, são os camponeses que têm menor “autonomia” no processo de produção, no caso, os assentados, que desenvolvem maior sociabilidade política através da defesa coletiva de seus interesses. Os demais, os pequenos proprietários, por não terem as suas condições imediatas de reprodução ameaçadas, limitam suas ações ao interior da unidade de produção. O comportamento político dos dois grupos se revela na resistência cotidiana, difusa no interior do processo de produção. Todo esse processo de redefinição da relação dos camponeses com o estado é permeado por conquistas e perdas, resultantes da forma como absorvem, e/ou rejeitam a modernização.