Investigação epidemiológica de zoonoses de importância em saúde única em cães na Microrregião do Brejo Paraibano.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: BERNARDINO, Maria das Graças da Silva.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25569
Resumo: A estreita relação entre o homem e o cão doméstico (Canis familiaris) pode trazer uma série de implicações na saúde pública, uma vez que o animal pode ser responsável pela transmissão de várias zoonoses. Em virtude disso, o presente trabalho teve como proposta determinar indicadores epidemiológicos para leishmaniose visceral, leptospirose e brucelose na população canina da microrregião do Brejo paraibano, Nordeste do Brasil. No período de maio a outubro, foram amostrados 415 cães dos oito municípios da microrregião: Alagoa Grande (n = 101), Areia (n = 79), Bananeiras (n = 72), Alagoa Nova (n = 73), Serrraria (n = 25), Pilões (n = 25), Borborema (n = 20) e Matinhas (n = 20). Os tutores dos cães amostrados responderam a um questionário epidemiológico, sendo obtidas informações sobre os animais, proprietário, residência e criação dos cães. O diagnóstico da leishmaniose visceral canina (LVC) foi realizado com o imunoenzimático (kit ELISA S7®). Para leptospirose foi realizada a prova de Soroaglutinação Microscópica (SAM), utilizando-se uma coleção de 23 sorovares antígenos patogênicos e adotando como ponto de corte a diluição 1:50. Para a pesquisa de anticorpos anti-B. canis foi realizado a Imunodifusão em gel de ágar (IDGA) como triagem e IDGA+ME como confirmatório. Para a pesquisa de anticorpos anti-B. abortus foi realizada a técnica de Antígeno Acidificado Tamponado (AAT). Das 409 amostras testadas para LVC, 120 foram sororreagentes, resultando em uma prevalência de 29%. Das 414 amostras testadas para leptospirose, 52 cães foram sororreagentes, resultando em uma prevalência aparente de 12,6% e uma prevalência real de 12,2%. Os cães foram reativos para o sorogrupo Icterohaemorrhagiae (76,9%), Autumnalis (13,55%), Pomona (3,8%), Grippotyphosa (3,8%) e Serjoe (1,9%). Os títulos de anticorpos variaram de 50 a 800. Das 386 amostras examinadas para soropositividade por B. canis, 99 amostras foram reagentes no IDGA, das quais 30 foram positivas no IDGA+ME, constatando uma prevalência aparente de 7,8% e prevalência real de 12,6%. Das 366 amostras examinadas para soropositividade por B. abortus, 94 foram reagentes no AAT, observando uma prevalência aparente de 25,7% e prevalência real de 22,8%. A análise de risco para a LVC indicou dois fatores associados com a soropositividade, incluindo o analfabetismo do proprietário ou com ensino fundamental incompleto (RP = 1,57; P = 0,027) e infestação de carrapatos (RP = 1,82; P = 0,001). Para leptospirose, foram detectados seis fatores associados à soropositividade, incluindo o período chuvoso (RP = 1,94; P = 0,013), cães machos (RP = 2,10; P = 0,005), animais com idade maior que cinco anos (RP = 4,21; P = 0,012), consumo de água não tratada (RP = 1,87; P = 0,043), cães com livre acesso à rua (RP = 2,15; P = 0,011) e contato com animais silvestres (RP = 3,54; P = 0,050). Os fatores associados com a soropositividade para B. canis, foram a idade maior que 10 anos (RP = 6,38; P = 0,024) e cães criados presos no quintal (RP = 5,20; P = 0,035) e para B. abortus, foi não trocar a água dos animais todos os dias (RP = 1,48; P = 0,033). Conclui-se que a soroprevalência da leishmaniose visceral, leptospirose e brucelose na população canina da microrregião Brejo Paraibano é alta e alertam para que haja o desenvolvimento de medidas de controle e prevenção na espécie, tendo em vista, o risco de infecção para outras espécies animais e humanos.