Formação de professores para letramentos digitais: do oficial ao olhar docente.
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/27305 |
Resumo: | A realidade do emprego progressivo da tecnologia nas diversas esferas da sociedade tem alcançado também o contexto escolar. Isso implica, necessariamente, um repensar sobre o papel do professor e enfatiza as exigências relativas à sua formação. O computador e a internet têm se manifestado, em sala de aula, nos usos que alunos fazem de celulares e smartphones e têm provocado discussões no âmbito da educação e motivado o investimento em cursos de formação continuada para professores. O objetivo é o de prepará-los para que diante desse novo cenário possam também usufruir das potencialidades pedagógicas apresentadas pelas novas tecnologias, envolvendo-se junto com aluno, em práticas de letramentos digitais. Esta pesquisa surgiu da análise do Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional (ProInfo Integrado), particularmente, no curso Introdução à Educação Digital, cujo objetivo consistiu em Investigar a formação oferecida/vivenciada pelos professores para uso das TIC na escola, tendo em vista a promoção de letramentos digitais. Para tanto, recorremos às orientações oficiais para o curso, presentes no Guia do Cursista (GC), e a relatos reflexivos dos professores sobre o curso, após a vivência da formação. Considerando às orientações oficialmente prescritas e, com base nos pressupostos teóricos de Schön (1997, 2000), que atribui relevância à reflexividade docente e recorre a uma nova perspectiva para compreensão do processo de formação, organizamos os dados em duas categorias: dimensão técnica da formação e dimensão reflexiva da formação. Após a categorização dos dados e a interpretação das orientações do GC, nos dedicamos à análise dos relatos reflexivos dos professores, buscando identificar em que medida as reflexões docentes se aproximam do oficialmente prescrito para o curso. Nesse sentido, encontramos respaldo na teorização de Bakhtin (2009[1929]), compreendendo a natureza dialógica dos dizeres docentes que postos em relação com outros enunciados, manifestam uma atitude responsiva ativa ao concordar ou contestar o “dito”, numa dinâmica interacional constante que revela a significação da formação. Os resultados mostram que o curso prescreve a aprendizagem de conhecimentos de natureza técnica e reflexiva e sugere uma metodologia que possibilita o cruzamento das duas dimensões. Isto promove a formação em letramentos digitais com base na vivência de atividades que consideram o contexto no qual o professor/cursista está inserido, bem como seus interesses pessoais e profissionais. Ao recorrer aos dizeres docentes, verificamos que a relação entre o prescrito e o vivenciado é marcada por poucas convergências diante das divergências observadas. Ao se referirem à formação, os professores sinalizam, assim como aponta o GC, para a importância e a necessidade do curso, compreendendo as exigências do momento atual. No entanto, constatamos que as reflexões dos professores, distanciam-se do que é proposto oficialmente em relação aos conteúdos e propostas para o curso. Os dados apontam que se priorizou a aprendizagem de conhecimentos de natureza técnica, não havendo a intersecção entre a dimensão técnica e reflexiva da formação, privando o engajamento dos professores, em práticas efetivas de letramentos digitais. Identificamos, ainda, que os professores também se manifestam em relação ao caráter limitado do curso, revelando um descompasso entre a formação e as práticas sociais de uso das tecnologias. Por fim, os dados apontam para um cenário em que se instaura a necessidade de outras pesquisas e investimentos na formação docente de forma que intensifiquem as discussões e envolvam a educação e os novos letramentos, provocando as mudanças no contexto sócio histórico em que estamos inseridos. |