Fanpages educacionais: da textualização ao funcionamento dos gêneros memes e anúncios publicitários.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SANTOS, Thamíris Sâmia Silva.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/27371
Resumo: Profissionais de várias áreas têm feito uso de perfis virtuais em redes sociais a fim de divulgar produtos ou serviços. Nessa conjuntura, o professor também tem se inserido nas mídias digitais, tanto para acessar recursos orientadores às práticas de ensino, quanto para divulgar conteúdo, o que necessariamente ocorre a partir de textos. Esta dissertação aborda a textualização em fanpages, páginas públicas inerentes ao Facebook que permitem compartilhar conteúdos de modo gratuito. Assim, a partir de três grandes perfis públicos na área (Biologia Total, Matemática Rio e Língua Portuguesa), buscamos responder ao seguinte questionamento: Qual o processo de textualização em fanpages educacionais? Para tanto, objetivamos de modo geral: Analisar os processos de textualização implicados na produção de tais páginas. E como objetivos específicos: 1) Descrever os critérios definidores de textualização nas postagens das páginas selecionadas; e 2) Interpretar a funcionalidade e interatividade das fanpages educacionais como divulgadoras de conteúdos e de profissionais no mercado da mídia digital. Este estudo privilegia a compreensão do funcionamento de gêneros textuais em ambientes digitais, e, por conseguinte, promove reflexões sobre novas possibilidades de profissionalização que podem, inclusive, servir à práxis pedagógica mediante a inserção do professor no universo digital como consumidor e produtor de conteúdo. Com relação ao embasamento teórico, consideramos as contribuições de Marcuschi (2003), Bakhtin (1997 [2016]), Rojo (2013; 2015), Schneuwly e Dolz (2004) e outros autores para caracterizar a fanpage; Borges Neto (2004), Costa Val (1994; 2004), Beaugrande; Dressler (1981 apud Marcuschi, 2008) e outros autores para discorrer sobre os conceitos de texto, textualidade e textualização; e Marcuschi (2008), Ribeiro (2018), Eagleton (2011), Lévy (2009), Veloso (2014) e outros autores para refletir sobre a textualização das fanpages educacionais. Do ponto de vista metodológico, a partir das classificações propostas por Bortoni-Ricardo (2008), Moreira; Caleffe (2008), Moita Lopes (2006) e outros esta investigação filia-se ao paradigma interpretativista - portanto, identifica-se com o método qualitativo - e à Linguística Aplicada. Já de acordo com a origem do corpus, tendo como base os estudos de Amaral, Natal e Viana (2008), Hine (2005) e Ferro (2015), reconhecemos que esta pesquisa é de inspiração netnográfica. Partindo de tais identificações e da sistematização do corpus, delimitamos duas categorias de análise: 1) “Processos de textualização como reconfiguração de um gênero: a fanpage educacional”, na qual descrevemos e analisamos a realização de diversos gêneros nos suportes frequentemente utilizados pelos administradores das páginas; e 2) “Funcionamento das páginas: do gerenciamento das postagens à interatividade nos comentários”, na qual compreendemos como ocorre a interação entre administradores e usuários. As análises realizadas revelaram que: 1) Os critérios de textualidade estão naturalmente contemplados nas fanpages, mas a textualização está assegurada principalmente em função da multimodalidade, que ancora o arsenal de criação de diferentes modos de linguagem; 2) A fanpage se estabelece como um suporte/gênero potencialmente pedagógico, pelo espaço gratuito e de fácil acesso que permite o compartilhamento de conteúdo de diferentes formas; todavia, não se constituem como um espaço (apenas) de socialização de conteúdos que costumeiramente fazem parte da escola, esse é um espaço que, para além do ensino de conteúdos educacionais, comercializa e divulga produtos e/ou serviços; e 3) a fanpage é uma opção para se pensar em um serviço que não tem fronteiras geográficas e que alarga a existência de novos mercados profissionais.