Grandes propriedades financiadas pelo Finor-Agropecuário no Piauí: análise dos impactos socioeconômicos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1993
Autor(a) principal: MONTEIRO, Maria do Socorro Lira.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA RURAL E REGIONAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3627
Resumo: O objetivo geral deste trabalho é investigar os impactos sócio-econômicos dos grandes projetos financiados pelo FINOR -Agropecuário no Piauí, particularmente nos projetos implantados na região sudoeste do estado até o ano de 1984. Partindo-se do referencial teórico, analisa-se o FINOR- Agropecuário, que tem por filosofia modernizar a agropecuária piauense através da inserção de capital no setor rural do estado. Portanto, os grandes empresários, atraídos pelo volume de recursos públicos concedidos pela SUDENE, procuram adquirir vastas extensões de terra a preços baixíssimos. De posse dessas grandes propriedades, terão que optar entre as diversas alternativas de sua valorização. A análise dos dados secundários e estimados, comparados com os obtidos na pesquisa de campo sobre a estrutura fundiária, indicadores econômicos de modernização, nível de emprego, condição do produtor e produção global, esclarece o papel desempenhado pelas grandes propriedades financiadas pelo FINOR- Agropecuário no estado. Com relação à estrutura fundiária, constatou-se que os projetos favoreceram o aprofundamento da concentração da terra. Os indicadores de modernização, como utilização de tratores, arados e veículos mecânicos, terras irrigadas e o uso de fertilizantes não impactaram positivamente a agropecuária piauiense. Essa situação demonstra que a maioria das grandes propriedades não optaram pela alternativa de valorização da terra, mas sim decidiram por preservar suas propriedades como reserva de valor, constituindo-as em entrave ao desenvolvimento do capitalismo no campo. O nível de emprego, outrossim, não se elevou, no pós-implantação dos projetos, em razão de se direcionarem, em sua maioria, para a pecuária extensiva, absorvendo, portanto, pouca mão-de-obra. Embora predomine a pecuária, esta atividade também não elevou significativamente o número do rebanho do estado, mas impactou do ponto de vista da sua qualidade. A produção vegetal do estado é impactada positivamente apenas com relação à castanha do caju. Os projetos agropecuários financiados pelo FINOR consolidaram, por fim, na condição de produtor das grandes propriedades o proprietário da terra. Conclui-se, consequentemente, que apenas a inserção de capital não é suficiente para modernizar a agropecuária piauiense.