Avaliação de impactos das atividades antrópicas sobre os recursos hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Salitre - Bahia e classificação das fontes hídricas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: BRITO, Luiza Teixeira de Lima.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/16836
Resumo: Avaliar os impactos das atividades antrópicas sobre a qualidade das águas da bacia hidrográfica do Salitre, priorizando as variáveis mais significativas e agrupando as fontes hídricas em classes, segundo suas características, foi o objetivo principal deste trabalho de tese. A bacia hidrográfica do Salitre foi dividida em cinco sub-bacias, com base nas atividades desenvolvidas, para avaliar a influência da irrigação e de outras ações antrópicas sobre a qualidade das águas. As diversas variáveis que indicam alguns aspectos de qualidade das águas foram quantificadas em diferentes fontes hídricas superficiais e subterrâneas nos períodos de chuvas (PC) e sem chuvas (PV) de 2001, e foi realizado o monitoramento da qualidade da água na parte baixa do rio Salitre durante um ano. Também, foram analisados os solos das áreas irrigadas e os sedimentos acumulados em algumas fontes superficiais. A partir dos dados obtidos nas sub-bacias, observou-se a influência da irrigação sobre a qualidade das águas nas fontes hídricas próximas destas áreas, ocorrendo aumentos significativos na condutividade elétrica das águas e do extrato de saturação dos solos e nos níveis de metais pesados nos sedimentos; por outro lado, estes aumentos não foram observados nas demais fontes hídricas da mesma sub-bacia. Aumentos nestas variáveis indicam baixa eficiência dos sistemas de produção agrícola implementados nestas áreas, associada à elevada salinidade natural das águas - observando-se que, em média, 35% e 82,5% das fontes hídricas superficiais e subterrâneas, respectivamente, foram classificadas como C3 e C4, de acordo com U. S. Salinity Laboratory Staff. Das fontes hídricas analisadas, aproximadamente, 78% estão localizadas sob formações calcárias, cuja influência sobre a qualidade das águas subterrâneas pode ser notada pelos elevados valores de sólidos dissolvidos totais (SDT = 5.370,0; 5.060,0 mg L-1), relação de adsorção de sódio (RAS = 10,89; 6,71 mmol L-1/2), dureza total (DT = 2.717,87; 2.940,0 mg L-1), cloretos (Cl = 74,90; 68,4 mmolc L-1), bicarbonatos (HCO3 = 9,95; 8,00 mmolc L-1), entre outros, limitando sua utilização. Em média, mais de 80,0% e 63,43% das fontes superficiais e subterrâneas, foram classificadas como águas bicarbonatadas, respectivamente. A análise fatorial permitiu agrupar as variáveis em três fatores principais em nível global da bacia hidrográfica do rio Salitre. Nas fontes subterrâneas os fatores principais nos períodos de 1984, chuvas e sem chuvas de 2001, explicaram 86,99%; 72,08% e 68,33% da variância total acumulada. No caso das barragens, os fatores principais explicaram 83,50% e 74,98% desta variância; para os rios/riachos, explicaram 86,92% e 71,25%, nos períodos de chuvas e sem chuvas de 2001. As variáveis priorizadas no Fator 1, independente das fontes hídricas e dos períodos, estão diretamente relacionadas com a salinidade das águas. Em todas as fontes e períodos analisados, a variável bicarbonato foi priorizada no Fator 2, exceto nos rios/riachos no período sem chuvas. O Fator 3 contemplou as demais variáveis analisadas. Estes resultados apontam para a necessidade de medidas de preservação e de conservação dos recursos hídricos e dos solos desta bacia hidrográfica. As fontes hídricas foram classificadas em três classes, de forma que C1 agrupou as fontes de melhor qualidade das águas. Para as fontes subterrâneas, C1 agrupou 25,0%; 74,3% e 61,7% das fontes hídricas, cujos valores médios dos SDT variaram de 199,00 mg L-1, em 1984, para 724,86 e 650,34 mg L-1, em 2001. A maioria das fontes enquadradas como C1, em 1984, permaneceu em 2001, decorridos 16 anos. Para as fontes superficiais, 61,5% e 76,9% das barragens e 38,5% e 15,4% dos rios/riachos foram classificados como C1, apresentando baixos valores médios para sólidos dissolvidos totais (SDT = 138,25; 209,40 e 105,2; 129,55 mg L-1). Variações nas classes entre as fontes superficiais nos períodos não foram significativas.