Efeito de inseticidas na sobrevivência e capacidade de voo da abelha africana Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: COELHO, Diego de Albuquerque.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar - CCTA
PÓS-GRADUAÇÃO EM HORTICULTURA TROPICAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/30723
Resumo: A abelha Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae) é um dos principais polinizadores de plantas cultivadas e exploradas economicamente pelo homem. Todavia, nos últimos anos tem sido relatado o declínio na população de abelhas em áreas agrícolas de todo o mundo, sendo o uso abusivo de pesticidas uma das causas apontadas para este problema. Diante disso, surge a necessidade de avaliar a toxicidade dos pesticidas, em especial os inseticidas, sobre as abelhas. Portanto, objetivou-se avaliar o efeito de doses dos inseticidas Flupiradifurona (Butenolida) e Tiacloprido (Neonicotinóide) na sobrevivência e capacidade de voo da abelha africanizada A. mellifera. O trabalho foi realizado no laboratório de Entomologia (sala climatizada a 25 ± 2 ºC, 60 ± 10% UR e fotofase de 12 h) pertencente a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), no Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar (CCTA), Campus Pombal-PB, Brasil. Para a execução do trabalho foram utilizadas operárias adultas da abelha africanizada A. mellifera, provenientes de três colmeias instaladas em caixas de madeira do tipo Langstroth, pertencentes ao apiário do CCTA/UFCG. Foram testadas três doses comerciais, registradas para o controle de pragas em diversas culturas, do inseticida Flupiradifurona (0,1 g.i.a.L-1, 0,15 g.i.a.L-1 e 0,2 g.i.a.L-1) e do inseticida Tiacloprido (0,072 g.i.a.L-1, 0,12 g.i.a.L-1 e 0,168 g.i.a.L-1). Os efeitos dos inseticidas foram testados em três modos de exposição: pulverização direta dos inseticidas sobre as abelhas, fornecimento de dieta contaminada pelos inseticidas e contato das abelhas com superfície contaminada. O inseticida Flupiradifurona foi extremamente tóxico para A. mellifera via pulverização direta, ocasionando mortalidade de 100% das abelhas, ao passo que causou baixa toxicidade quando fornecido via ingestão de dieta contaminada, com mortalidade de 15,6%, 15,97% e 16,4% nas doses 0,1 g.i.a.L-1, 0,15 g.i.a.L-1 e 0,2 g.i.a.L-1, respectivamente. Após a exposição ao Flupiradifurona, a atividade motora de A. mellifera foi prejudicada, sendo observado tremores, prostração e paralisia em níveis acentuados. O inseticida Tiacloprido foi menos prejudicial para A. mellifera, causando menor mortalidade em todos os modos de exposição. O Tiacloprido causou baixa toxicidade quando fornecido via ingestão de dieta contaminada, com mortalidade de 8,1%, 25,4% e 33,9% para as doses 0,072 g.i.a.L-1, 0,12 g.i.a.L-1 e 0,168 g.i.a.L-1, respectivamente. O referido inseticida foi mais tóxico quando aplicado diretamente sobre as abelhas e principalmente por meio do contato dos insetos em superfície contaminada, modo de exposição que proporcionou mortalidade de 53,7%, 55,9% e 57,1% da menor para maior dose avaliada, respectivamente. O Tiacloprido demonstrou ser menos agressivo, porém, também ocasionou distúrbios nas atividades motoras de A. mellifera. Em relação a capacidade de voo, foi observado que tanto Flupiradifurona quanto Tiacloprido afetaram a atividade de voo de A. melífera, independentemente do modo de exposição e dose avaliada. As informações obtidas irão auxiliar no processo de desenvolvimento de estratégias de conservação desses polinizadores em áreas agrícolas.