A variação linguística como objeto de ensino na educação básica.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: LUCENA, Leandro Santos.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/24856
Resumo: O ensino sobre a Variação Linguística, doravante VL, como conteúdo curricular se concretiza num importante instrumento para a compreensão de como a língua se manifesta, um conjunto de variedades que evidenciam a essência da natureza da linguagem. Camacho (2001) caracteriza que o papel da Sociolinguística é justamente enfocá-la como objeto de estudo, em suas determinações linguísticas e não linguísticas, mas é na escola, sobretudo, pela articulação dos saberes docentes e didatização do conteúdo que despontam as importantes ações a fim de ressignificá-la como parte de nossa construção social, não a subjugando simplesmente pelo viés da norma padrão, mas trazendo-a para a prática cotidiana e real dos seus alunos. Desse modo, demarcamos que esta pesquisa parte da observação do ensino da VL, tendo por questão de pesquisa como ocorre a didatização do conteúdo VL em aulas de LP na educação básica? esse questionamento nos levou a relacionar como objetivo geral: investigar como é realizada a construção e a didatização dos saberes sobre a VL no contexto escolar de ensino de LP. Para alcançar o objetivo e respondermos tal pergunta, elencamos os objetivos específicos que buscam a) identificar quais atividades e recursos didáticos utilizados em sala de aula para o ensino da VL; b) analisar os saberes mobilizados na prática de ensino para a construção do conhecimento sobre VL e c) caracterizar o processo de didatização da variação linguística do ponto de vista da representação social. Os principais eixos teóricos que nortearam este trabalho dizem respeito às concepções de VL (LABOV, 2008, 2007, BAGNO, 2007, CAMACHO, 2001), cultura e norma, (NEVES, 2006, FARACO, 2008, 2015), Políticas Linguísticas (SHOHAMY, 2006). Também faz parte de nosso escopo teórico aspectos relacionais ao ensino e didática (LIBÂNEO, 2006, PIMENTA 2006, TARDIF, 2017) dentro da reflexão sobre os paradigmas de ensino (GADOTTI, 2000, BEHRENS e FLACH, 2008). Para geração e coleta de dados, observamos as aulas de uma professora do ensino de língua portuguesa da educação básica, que atua em escola da rede estadual de ensino no interior do Estado da Paraíba. Para registrar as aulas, fizemos gravações em áudio e relatos em diário de pesquisa sobre o fenômeno investigado. A leitura prévia desse material em função da questão dos objetivos de pesquisa nos permitiu visualizar duas categorias de análise: as atividades e os recursos didáticos utilizados em sala de aula e os saberes mobilizados na construção das atividades. Dentre os resultados, constatamos avanços tocantes à metodologia de ensino, didatização do conteúdo e mobilização dos saberes, entretanto, consideramos necessário que as atividades estimulem os discentes a problematizarem em torno de questões sócio, histórica e culturais da língua, tornando-a significativa sem reduzir esse objeto de ensino a uma simples classificação, mas considerando os efeitos e representações que o circunda.