Evasão universitária e possibilidades para a atuação do Psicólogo no ensino superior.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: ARAÚJO, Ana Carolina da Costa.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Ciências Jurídicas e Sociais - CCJS
PROFIAP
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/20118
Resumo: A evasão discente é um fenômeno presente em todas as universidades públicas do Brasil, e tem sido uma preocupação de diversos pesquisadores nos últimos anos. Com isso, torna-se cada vez mais necessária a criação de estratégias que facilitem a permanência dos estudantes na universidade, visto que somente a expansão das vagas e a garantia da matrícula não concretizam o acesso ao ensino superior. Ações preventivas e de intervenção, que facilitem o processo de adaptação do discente ao ambiente universitário, tornam-se urgentes. Sob tais circunstâncias, o presente estudo se dispôs a investigar os principais fatores que contribuem para a evasão de alunos do campus de Patos da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a partir das percepções de alunos evadidos, professores e psicólogos. Configurou-se como uma pesquisa de campo aplicada, de tipologia descritiva. Para a coleta de dados, foram utilizados o questionário virtual e a entrevista, tendo como amostra 110 alunos evadidos (15% da população), 45 docentes (36% da população) e cinco psicólogos (71%). Os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo e de tratamento estatístico. Os resultados apontaram para o seguinte perfil de alunos evadidos: maioria do sexo feminino, de etnia parda e com renda familiar entre um e dois salários mínimos. Mais de 80% desses estudantes não estavam inseridos em nenhum programa acadêmico ou de assistência estudantil à época da evasão. Dos participantes, 34% deixaram a graduação ainda no primeiro semestre, e outros 17% no segundo, totalizando 51% de evasões no primeiro ano de curso. Mais de 70% dos respondentes já haviam iniciado outra graduação após sua saída. No que se refere aos motivos que contribuíram para sua evasão, os alunos evadidos apontam seus interesses pessoais, o fato de não se sentirem parte do contexto da Universidade, o adoecimento psíquico, a mudança para outro curso e a não identificação com a profissão. Para os professores, o que mais contribui para a evasão de discentes é a não identificação com o curso, os problemas financeiros e as condições de vulnerabilidade socioeconômica, a falta de apoio ou apoio insuficiente por parte da instituição e dos programas de assistência estudantil, as dificuldades de aprendizagem e o baixo rendimento acadêmico. Já para os psicólogos vinculados aos Núcleos de Assistência Estudantil da UFCG, a evasão dos discentes tem sido causada principalmente por três motivos: a falta de identificação dos estudantes com o curso, relacionada a fatores como a imaturidade para a escolha do curso, a cobrança da sociedade e da família para o ingresso na universidade e o não ingresso no curso que seria primeira opção; os problemas de saúde mental, sobretudo aqueles gerados pelas dificuldades de adaptação ao novo contexto e pelas frustrações relacionadas à escolha do curso; e o relacionamento com professores e as metodologias de ensino, associados à dificuldade de adaptação às novas demandas de estudo, bastante diferentes daquelas do ensino médio. Com base nos dados levantados, foi construído um Plano de Ação voltado à intervenção preventiva do Núcleo de Psicologia do CSTR sobre a evasão e seus determinantes, que será executado a partir do trabalho com toda a comunidade acadêmica. Conclui-se que essa pesquisa pode estimular a Gestão Pública a refletir acerca do processo de evasão na universidade, suscitando a cooperação entre os diversos sujeitos e setores acadêmicos envolvidos nessa realidade. Com isso, busca-se despertar novos olhares e novas perspectivas acerca do tema, propondo mecanismos que possibilitem a criação de espaços de discussão sobre saúde mental e qualidade de vida no contexto universitário e fomentando a permanência dos discentes na graduação.