Práticas de leitura literária: uma análise sobre a utilização da literatura infantil na promoção do letramento literário e na formação do aluno leitor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Gerluce Lourenço da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/14644
Resumo: O presente estudo objetivou analisar como professoras do 2º ano do Ensino Fundamental de duas escolas públicas de Fortaleza utilizam a literatura infantil em suas práticas de leitura literária e formação do aluno leitor. A pesquisa apoiou-se nos estudos de Vygotsky (2008, 2010) sobre a teoria sociointeracionista e os processos de mediação, destacando o papel mediador do professor na formação de leitores. Respaldou-se nas concepções de Ferreiro e Teberosky (2009) acerca da Psicogênese da Língua Escrita, compreendendo que a aquisição da leitura e da escrita corresponde a um processo permeado por descobertas e experimentações realizadas pelos educandos na construção das hipóteses que os levam ao domínio do sistema notacional. As contribuições de Braggio (1992), Kleiman (2001, 2013) e Solé (1998) embasam as concepções de leitura utilizadas pelas professoras, estabelecendo de que modo essas concepções intervêm nas práticas de leitura desses sujeitos. Baseou-se, também, nos estudos de Paiva (2009, 2010), Colomer (2007), Zilberman (2003, 2008), Coelho (2000, 2010) e Cadermatori (2010), que destacam as contribuições da literatura infantil para a promoção do letramento literário e a importância do estímulo da leitura como fruição, descoberta, troca de experiências, aventura e prazer. Os estudos de Libâneo (1994) e Passos (2006) ressaltam a importância do planejamento pedagógico como uma ferramenta que guia e embasa o trabalho pedagógico. Os resultados obtidos sugeriram duas concepções diferentes de leitura: a concepção mecanicista e a concepção interacionista. Para uma das professoras (P1), as práticas de leitura fomentam uma postura mecanicista do ato de ler, ou seja, a leitura está associada às práticas de decodificação do sistema de escrita com foco nas avaliações externas. Para a outra professora (P2), a leitura apresenta uma concepção dinâmica, dialógica e interativa entre o sujeito leitor, os livros e o sistema de escrita, conduzindo a práticas de leitura que fomentam o uso da língua como interação social entre os sujeitos. Verificamos, também, que havia um tempo destinado ao planejamento das professoras, além de materiais disponíveis para sua elaboração, porém esse planejamento era realizado de modo assistemático e não contavam com o acompanhamento da coordenação pedagógica. As práticas de leitura literária e formação do aluno leitor eram pouco frequentes nas aulas de P1, limitando-se apenas ao cantinho da leitura. Já P2 promovia mais interações com as práticas de leitura literária por meio de ações, como a ciranda literária, a mostra literária, a dinamização do cantinho da leitura e as visitas à Biblioteca escolar. Concluímos, com este estudo, que as estratégias que utilizam a literatura infantil por meio da leitura literária traz contribuições significativas, uma vez que estimula o imaginário e fomenta potencialidades na construção da linguagem, da oralidade, na produção de ideias e sentimentos que ajudam no crescimento pessoal do aluno, porém necessita-se que haja um planejamento sistemático, desburocratizado e significativo das ações leitoras com vistas a promover o letramento e o prazer pela leitura.